O duelo decisivo entre Itália e Israel pelas Eliminatórias da Europa é marcado por tensões políticas e vai muito além do campo e bola. Existe a expectativa de que cerca de 10 mil manifestantes em prol da Palestina protestem contra a seleção visitante, em Udine.
No domingo (12), Israel chegou à Itália sob forte segurança com o objetivo de evitar problemas extracampo. E o país mandante promete uma força-tarefa especial para garantir o bem-estar de todos os envolvidos na partida.
O Lance! entrou em contato com o jornalista Andersinho Marques, da "Sport Mediaset", para entender as tensões vividas na véspera do jogo entre Itália e Israel, pelas Eliminatórias da Europa. O profissional confirmou o clima de apreensão.
- O clima aqui é tenso, sem dúvida. A sensação é que esse Itália x Israel vai muito além do futebol. Fora de campo, há um ambiente de apreensão por causa de tudo que envolve o conflito em Gaza e o acordo de paz. A partida virou quase um evento político, com atenção total das autoridades e da imprensa, não só esportiva, mas também internacional. Há uma previsão de cerca de 10 mil manifestantes, e isso fez o Ministério do Interior ativar um plano antiterrorismo. Aqui na Itália, o clima é de preocupação, mas também de muito controle. O governo quer mostrar que consegue garantir a segurança, tanto para os atletas quanto para o público. Udine virou praticamente uma fortaleza.
Com a chegada de Israel à Itália, a região de Udine se assemelhou ao período da pandemia da Covid-19 devido a uma espécie de lockdown. Andersinho Marques relembrou as manifestações observadas no jogo realizado na Hungria e entende que as entidades estão se preparando para novos protestos.
- Israel chegou em Udine sob um verdadeiro esquema de segurança. A região próxima ao Bluenergy Stadium está praticamente em lockdown. Viaturas, barreiras, controle de acesso, drones, tudo para evitar qualquer tipo de incidente. As autoridades locais e o governo italiano estão tratando o jogo como uma operação de risco máximo. Em setembro, a gente viu manifestações claras de torcedores italianos contra Israel, e dessa vez a tensão deve ser ainda maior. Há informações de que grupos organizados planejam novos protestos dentro e fora do estádio. A Federação Italiana e a UEFA estão em alerta total, tentando evitar qualquer tipo de provocação política nas arquibancadas.
Nos últimos dias, Israel e o Hamas se aproximaram de um acordo de paz, que fez com que diversos palestinos retornassem à Cidade de Gaza. Desde 2023, o país do Oriente Médio e o grupo terrorista viviam um intenso conflito armado, que ocasionou a morte de mais de 60 mil pessoas.
Itália focada em duelo decisivo contra Israel
A Itália vê o confronto com Israel como decisivo para garantir uma vaga ao menos na repescagem europeia para a Copa do Mundo de 2026. Andersinho Marques revelou que a Azzurra tenta focar no objetivo apesar dos ruídos externos com relação a geopolítica global.
- Dentro da delegação italiana, o discurso é de foco total no jogo, mas ninguém consegue ignorar o contexto. Dentro de campo, os jogadores tentam se blindar, mas é impossível dizer que isso não afeta. O ambiente, a pressão, o barulho lá fora, tudo isso pesa. Pode interferir na concentração, no ritmo do jogo. A Itália quer manter o foco esportivo, mas é inegável que esse contexto político e emocional vai estar presente do primeiro ao último minuto.
Na vice-liderança do Grupo I, a Itália pode eliminar Israel em caso de vitória e cortar a diferença de seis para três pontos para a Noruega. Em caso de derrota, a equipe de Tel-Aviv se iguala em pontos com a Azzurra e bagunça a chave em busca de vaga na Copa do Mundo.
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