Ao caminhar pelos arredores do Autódromo de Interlagos em dias de GP de Fórmula 1, é comum ouvir sotaques e idiomas diferentes. Porém, entre os estrangeiros, prevaleceram o espanhol e as cores azul e branco da bandeira da Argentina. Vizinhos do Brasil, os "hermanos" compareceram em peso para acompanhar de perto Franco Colapinto, da Alpine, representante do país no grid.

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Colapinto estreou pela Fórmula 1 em 2024, competindo pela Williams. Nesta temporada, se juntou à Alpine como piloto de testes e reserva até assumir o posto de titular da equipe no lugar do australiano Jack Doohan. Franco foi o primeiro piloto argentino na categoria desde Gastón Mazzacane, em 2001 - algo que argentinos e brasileiros têm em comum, já que o Brasil também quebrou um jejum no grid com a chegada de Gabriel Bortoleto à Sauber.

A argentina Nayla foi uma das primeiras a chegar ao portão R na sexta-feira (7), em busca de um bom lugar na fanzone para ver o piloto de perto. Em sua primeira vez em um Grande Prêmio de F1, ela estava ansiosa pelo anúncio da permanência de Colapinto na Alpine para 2026, o que aconteceu durante a passagem do piloto pelo Brasil.

— É a etapa mais próxima para nós no circuito mundial, então viemos todos para cá. Estou muito emocionada por viver essa experiência, é um sonho, na verdade. Acompanho o Franco desde a Fórmula 2, e aqui nós vamos apoiá-lo - contou.

Jorge e Carlos, pai e filho, vieram de Rio Cuarto, na província de Córdoba, para o GP de Fórmula 1, também animados por completar a invasão argentina no Brasil.

— É algo único, algo especial. Queríamos ver a Fórmula 1, ver o Colapinto, ver o que acontece. Queremos desfrutar esse fim de semana, tomara que não chova muito! - disse Carlos.

Nayla Rossi veio de Buenos Aires para o GP de Interlagos (Foto: Beatriz Pinheiro/ Lance!)

Clima de Libertadores

Não foi apenas no autódromo que os argentinos marcaram presença. Pelas redes sociais, os torcedores organizaram um "bandeiraço" na Praça Alexandre de Gusmão, no Jardim Paulista, longe de Interlagos. O encontro, marcado para a noite do último sábado (8), mostrou que a paixão dos argentinos é intensa para além das arquibancadas de futebol.

— Voltamos a nos encontrar para celebrar o que mais nos une: o orgulho de ver Franco Colapinto na Fórmula 1. Este bandeiraço não é apenas uma mostra de ânimo, é uma festa, uma maneira de agradecer tudo o que Franco nos faz sentir - dizia o convite compartilhado nas redes, que também pedia para que os torcedores evitassem camisas de futebol ou cânticos ofensivos ao Brasil.

Os argentinos corresponderam à convocação, com bandeiras, cânticos e fogos de artifício, resultando em um verdadeiro clima de Libertadores na capital paulista. Se nas pistas o desempenho de Colapinto não foi dos mais animadores - ele rodou na corrida sprint e terminou com a 18ª posição na qualificação -, para o torcedor, isso ficou em segundo plano. Mais importante era fazer festa pela presença do compatriota na elite do automobilismo.

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