Marcado no Circuito de Interlagos, com o famoso "S de Senna", Ayrton Senna fez história na Fórmula 1 por suas habilidades e vitórias impressionantes. Entre as conquitas, duas foram em casa, no tradicional Autódromo José Carlos Pace (Interlagos), palco do GP de São Paulo. Antes disso, no entanto, o piloto passou por anos de problemas na etapa da F1. Relembre com o Lance! como foi cada momento eternizado na vida dos fãs brasileiros da elite do automobilismo.

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Senna disputou o GP do Brasil, como era conhecido a etapa, em 11 oportunidades – sendo seis vezes em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, e as outras cinco, em São Paulo. Embora tenha ficado marcado pelas duas exuberantes vitórias, o paulista sofreu por anos para completar a corrida.

Antes do primeiro triunfo, Ayrton participou de sete etapas no Brasil, mas só conseguiu completar a corrida três vezes: 1986, em segundo lugar; 1990, em terceiro; e 1989, na 11ª colocação. Foi só, então, no ano de 1991 que subiu no lugar mais alto do pódio, em casa, ao lado de sua torcida.

Vitória dramática na F1 1991

Na temporada de 1991, o Grande Prêmio do Brasil foi o segundo no calendário, assim, a corrida aconteceu no dia 24 de março. Em casa, Ayrton Senna, da McLaren, teve as condições climáticas a seu favor, com a típica chuva no final da prova.

As classificatórias foram positivas para o brasileiro, que conquistou a pole position na última volta. No domingo, dia da corrida principal, Senna começou a disputa mantendo a vantagem conquistada no dia anterior, seguido por Nigel Mansell, que havia passado o companheiro de Williams, o italiano Riccardo Patrese, já na primeira curva.

Senna e Mansell assumiram a frente e abriram grande vantagem do grupo. Com disputa acirrada entre os pilotos, a vitória poderia ser definida pela estratégia do pit stop, o que não aconteceu. Faltando apenas 11 voltas, na de número 60, o inglês rodou e teve que abandonar a corrida.

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Com o incidente, Senna estava prestes a conquistar a vitória tranquila, ao abrir vantagem de 40 segundos de Patrese, o novo segundo colocado. A primeira conquista no Brasil, que parecia garantida, quase foi tirada do brasileiro graças a problemas mecânicos em sua McLaren, quando o câmbio de marchas foi parando de funcionar.

Com a perda de quase todas as marchas, ficando apenas com a sexta ao fim da corrida, Senna precisou segurar a alavanca do câmbio para que se mantivesse engatada. Assim, o brasileiro foi obrigado a dirigir apenas com a mão esquerda, com a direita completamente "ocupada". A situação do carro fazia com que Patrese se aproximasse cada vez mais de Senna.

A chuva começou em Interlagos praticamente no final, quando faltavam duas voltas, mas foi decisiva para o resultado positivo do piloto brasileiro. Ao passar pela bandeira quadriculada, Senna parou com o carro e se manteve dentro do veículo, sem forças devido ao extremo esforço durante a corrida. O brasileiro tentou sair com o carro depois, mas por falta das marchas, precisou retornar ao paddock com carro da organização. No pódio, só emoção junto dos fãs brasileiros.

Ayrton Senna no GP do Brasil em 1991 (Foto: Divulgação)

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Vitória com virada estratégica em 1993

Novamente como a segunda no calendário, a etapa em São Paulo aconteceu no dia 28 de março de 1993. Na ocasião, o GP do Brasil presenciou a segunda e última vitória de Ayrton Senna dentro de casa, mais uma vez aproveitando as condições do tempo.

O final de semana de competição começou com claro favoritismo das Williams, de Damon Hill e Alain Prost, que conquistou a pole position com larga vantagem sobre Senna, terceiro lugar na classificatória.

Na corrida principal, mais de um acidente marcaram a segunda etapa da Fórmula 1 de 1993. Logo no início da prova, Michael Andretti e Gerhard Berger sofreram um acidente na curva antes do acesso ao "S do Senna", o que "entregou" a segunda colocação a Ayrton Senna.

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Já em desvantagem em relação à Williams de Prost, a situação de Senna piorou na volta 24, após receber uma punição de dez segundos. Na quarta posição, a chuva finalmente chegou para ajudar o brasileiro a conquistar posições, com uma rápida troca de pneus. O líder do momento ainda era o francês, que decidiu não trocar os "slicks" para os pneus de chuva. Assim, na volta 29, a Williams rodou na pista e bateu com a Minardi de Christian Fittipaldi.

Os acidentes antecederam a aplicação da bandeira amarela, além da entrada do Safety Car na pista, o que tornou Damon Hill o novo líder. Após a relargada, Senna foi antes de todos aos boxes para realizar a trocar para os "slicks", o que deu vantagem ao brasileiro.

Por mais que Hill tenha realizado posteriormente a parada, voltando na frente de Senna ainda, a habilidade do brasileiro prevaleceu. Assim, assumiu a liderança na 41ª volta e não saiu mais, conquistando a segunda e última vitória "dentro de casa" em Interlagos, na capital paulista.

Ayrton Senna celebra vitória no GP Brasil de 1993 (Foto: Julio Pereira/AFP)
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