O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) determinou, na última quinta-feira (15), o afastamento do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. No mesmo dia, 19 presidentes de federações estaduais de futebol assinaram um manifesto defendendo a renovação do futebol brasileiro. O cenário revoltou o ex-jogador Ronaldo Fenômeno, que se pronunciou publicamente sobre o caso.
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O pentacampeão do mundo tentou concorrer a presidência da CBF no último pleito. Contudo, não teve apoio político. No antigo cenário, todas as federações se posicionaram à favor de Ednaldo Rodrigues, que venceu as eleições de maneira unânime e sem concorrente.
Com o afastamento, o antigo presidente da entidade perdeu força política e se encontra em uma situação delicada para voltar ao poder da CBF. No meio da polêmica, Ronaldo Fenômeno publicou uma foto do documento assinado pelos 19 presidentes de federeções, contra Ednaldo Rodrigues, e questionou: "Agora?". Veja a publicação abaixo:
O que diz o manifesto das federações, que revoltou Ronaldo?
No manifesto, os presidentes das federações afirmam: "Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol brasileiro". O documento também defende: "O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas."
O texto completo inclui ainda: "Para que isso aconteça, é fundamental garantir estabilidade institucional à CBF. Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol brasileiro. É também momento de resgatar a autonomia interna da CBF, hoje sufocada por uma estrutura excessivamente centralizada e desconectada das instâncias que compõem o ecossistema do futebol nacional."
Veja o manifesto na íntegra:
"MANIFESTO PELA ESTABILIDADE, RENOVAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO. 15 DE MAIO DE 2025.
O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas.
Para que isso aconteça, é fundamental garantir estabilidade institucional à CBF. Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol brasileiro. É também momento de resgatar a autonomia interna da CBF, hoje sufocada por uma estrutura excessivamente centralizada e desconectada das instâncias que compõem o ecossistema do futebol nacional.
Além da estabilidade, o cenário exige uma renovação de ideias, de práticas e de lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão. A CBF precisa ser exemplo de governança, eficiência e transparência — e também precisa voltar a ser a casa de todos que constroem o futebol brasileiro, com um ambiente saudável, inspirador e descentralizado, em que cada um possa contribuir ativamente para a melhoria do esporte que constitui verdadeiro patrimônio nacional.
Unidos com esse propósito, assumimos o compromisso de construir uma candidatura à Presidência e Vice-Presidências da CBF comprometida com um novo ciclo para o futebol brasileiro: mais democrático, mais integrado e mais aberto à participação de todos. Queremos uma CBF forte, querida por dentro, admirada por fora — e novamente amada por todos que fazem do futebol a alma do nosso país."
Afastamento de Ednaldo Rodrigues
A decisão sobre o afastamento de Ednaldo Rodrigues é de autoria do desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, da 19ª Câmara Cível do TJRJ. O magistrado também determinou que o vice Fernando Sarney seja nomeado interventor e convoque novas eleições.
A decisão acontece quatro dias após o coronel Antônio Carlos Nunes de Lima não comparecer a uma oitiva convocada por Zefiro para esclarecer a denúncia de que a assinatura do coronel havia sido fraudada no documento que homologou um acordo que garantiu a eleição de Ednaldo Rodrigues à presidência na eleição de 2022.