O técnico René Simões lamentou profundamente a morte do astro do reggae Jimmy Cliff, que nos deixou nesta segunda-feira (24), vítima de uma pneumonia, aos 81 anos. Em entrevista exclusiva ao Lance!, o ex-treinador da seleção da Jamaica relembrou um momento marcante ao lado do músico.
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Contratado em 1994 com o objetivo de levar a seleção jamaicana à disputa da Copa do Mundo, René Simões se tornou um ídolo para o país após garantir a única classificação da Jamaica para um mundial, em 1998, na França.
Durante sua passagem pelo país caribenho, René Simões acumulou histórias marcantes. Em entrevista ao Lance!, o treinador relembrou que precisou conter a vontade de Jimmy Cliff durante um amistoso da Jamaica contra a Costa Rica.
- Tenho uma história marcante com ele, que foi no amistoso contra a Costa Rica. Eu estava descendo para o campo e ouvi uma pessoa gritando da arquibancada: "coach, coach!" Quando olhei, era ele. Pedi para ele descer, começamos a conversar, ele inclusive falava português. Ficamos batendo um papo antes do treinamento e perguntei se ele viria ao jogo e ele me disse que não tinha ingresso. Pedi quatro ingressos para ele e as filhas no royal box (camarote real) e disse: "Nos vemos amanhã no jogo" - disse, antes de completar.
- No dia seguinte, eu chego no estádio e ele está parado no mesmo lugar. Dei minha orientações ao elenco, preparei tudo para o amistoso e quando sentei no banco, ele se sentou ao meu lado. Eu tive uma briga muito grande naquela época porque o presidente sentava no banco e eu tirei todo mundo, aí eu disse: "Como vou tirar o Jimmy Cliff? Como que eu mando ele embora?" Pedi ao meu preparador físico e pedi para levar o Jimmy junto com todo o elenco para aquecer atrás do gol. Quando terminou o primeiro tempo, eu temia que ele voltasse para o banco, mas ele estava cansado e foi para o camarote (risos) - disse, o ex-treinador.
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René também narrou como foi o último encontro com Jimmy Cliff durante a partida que garantiu a classificação da Jamaica para a Copa do Mundo de 1998.
- Depois com a vida corrida que a gente tinha, só fui vê-lo no último jogo contra o México, que garantimos a classificação para a Copa do Mundo. Tinham vários artistas no estádio, mas o mais conhecido era ele. Falamos um pouco antes do jogo, depois da classificação a festa foi grande. Ele era de uma simplicidade e tinha um amor muito grande pelo Brasil. Lamento muito pela partida dele - comentou René Simões.
René Simões relembra preparação com a Jamaica e conta história com Jairzinho no Botafogo
Durante a preparação para a Copa do Mundo, René Simões revelou que sempre levou personalidades do esporte e da música para motivar os jogadores do elenco por onde passava. Em 2015, quando comandava o Botafogo, o treinador viveu um momento emocionante ao lado do ídolo Jairzinho.
- Eu fiz com eles, em termos de personalidade, o que eu sempre faço. Por exemplo, quando eu estava no Botafogo em 2015, eu levei o Jairzinho para falar com os jogadores e foi uma grande emoção, não só para ele, mas para todo aquele grupo. Poucas pessoas sabem da história do Jairzinho, ele pulava o muro do Botafogo junto com uns amigos e apanhavam dos seguranças. Até que um dia ele faz o teste, é aprovado e quando volta no dia seguinte, o segurança queria bater nele e ele explicou que iria treinar - comentou.
- Eu sempre achei importante levar essas personalidades para falar com os grupos onde trabalhei e na Jamaica eu fazia isso também. Eu levei o Bennie Man, o Ziggy Marley e outros atletas, que nos fizeram ter um contato maior com essas celebridades - finalizou René Simões.
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