Durou 173 dias a mais recente passagem de Renato Gaúcho como técnico do Fluminense. O treinador pediu demissão do clube momentos após a eliminação para o Lanús nas quartas de final da Copa do Brasil, na noite dessa terça-feira (23). O pedido pegou a todos de surpresa, mas os argumentos do treinador não foram exatamente novos.

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— Sempre procurei fazer o melhor possível pelo clube, em todos os sentidos, em todas as competições. Infelizmente, nós saímos hoje (terça) de uma competição, mas estamos muito bem no Campeonato Brasileiro e muito bem na Copa do Brasil — declarou Renato Gaúcho ao final da entrevista coletiva que concedeu no Maracanã.

— Vou sair para descansar a cabeça e deixar alguns gênios da internet continuarem falando de futebol, já que entendem para caramba.

Há pouco mais de dez meses, em dezembro do ano passado, Renato usou termos semelhantes ao encerrar o vínculo com o Grêmio. À época, o treinador decidiu não renovar com o clube gaúcho, onde estava há mais de dois anos.

— Fiz tudo pelo clube, sempre fui sincero, trabalhei, procurei dar o máximo pelo clube. Faz parte. Preciso dar um descanso para minha cabeça — justificou Renato Gaúcho na ocasião.

Se desta vez o treinador reclamou publicamente dos "gênios da internet", em 2024 a reta final de sua passagem pelo Grêmio também foi marcada por reclamações com a imprensa, em especial a veículos comandados por influencers identificados com o clube gaúcho.

— O que vemos cada vez mais no futebol é a total falta de respeito por parte, principalmente, de jornalistas identificados. "O jogador tal é um lixo, não pode vestir a camisa desse ou daquele time", "Esse jogador é uma m...", "Esse treinador tem de ser demitido", entre muitas outras ofensas que são feitas todos os dias — declarou Renato, em uma das últimas entrevistas.

Renato Gaúcho pediu demissão logo após eliminação do Fluminense no Maracanã (Foto: Mauro Pimentel/AFP)

Rodízio de Renato no Fluminense repetiu críticas no Grêmio

Outro ponto em comum de desgaste nos trabalhos de Renato Gaúcho no Fluminense e no Grêmio foi com o rodízio de jogadores. Nos dois casos, os críticos apontavam uma (suposta) preferência do técnico pelas copas em detrimento ao Brasileirão.

No sábado (20), logo após o triunfo por 1 a 0 fora de casa sobre o Vitória, o treinador falou sobre o tema, algo recorrente nas entrevistas.

— É muito fácil um ou outro criticar sempre o treinador. "Por que não põe sempre o time principal em campo?" Porque é impossível. As pessoas têm que entender isso. Não dá para ficar repetindo sempre a mesma coisa, dando sempre a mesma explicação… Quem entende futebol sabe o que faz, essa é a realidade. Aí o cara vai lá, vai no ventilador, dá a opinião dele, não sabe o que acontece durante a semana, não tem as informações dos jogadores que estão com a perna pesada, que estão sentindo alguma coisa, o desgaste. 

No ano passado, Renato já promovia rodízio de jogadores ainda no primeiro semestre, quando o Grêmio estava envolvido com Libertadores e Brasileirão.

— O Grêmio tem um plantel que não pode se dar ao luxo de colocar dois grandes times em campo toda hora. E tem clubes que têm dois grandes times para botar em campo e estão querendo priorizar, o que eu não tenho nada a ver, uma ou outra competição. Como que eu não vou poupar? — considerou à época.

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