O meia argentino Luciano Acosta falou sobre sua adaptação ao Fluminense e relembrou momentos marcantes da carreira em entrevista exclusiva ao Lance! no CT Carlos Castilho. Recém-chegado ao clube, o jogador destacou o prazer de viver um novo desafio no Brasil após se consagrar na MLS, onde foi eleito MVP e ídolo de duas equipes.
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Formado no Boca Juniors, o meia contou que teve a chance de atuar ao lado de Riquelme, de quem herdou parte da leitura de jogo. Acosta também falou sobre a parceria com Wayne Rooney no D.C. United, a quase transferência para o PSG e o impacto de Lionel Messi na liga norte-americana.
No Fluminense, o argentino exaltou a relação com os companheiros, adaptação ao Rio de Janeiro e o desejo de jogar com Ganso. Veja a entrevista completa no Youtube do Lance!.
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Entrevista completa
Chegada ao Fluminense e novo desafio
Foi um desafio novo pra mim. Eu gosto dos desafios, dos desafios de começar do zero em um clube importante como o Fluminense.
Eu tinha visto isso há muito tempo, os jogadores que passaram por aqui são muito bons. Então, eu tinha esse desejo. Eu acho que eu já tinha terminado minha etapa, minha história na MLS.
Eu precisava de um novo ar, precisava estar perto do meu país, a Argentina também.
Precisava estar perto da minha família. E saiu a oportunidade de vir aqui, e eu não duvidei.
No primeiro momento que me disseram, eu disse: "sim, vamos, vamos. Vamos, Fluminense, vamos."
E aqui estou.
Formação no Boca Juniors e influência de Riquelme
Sim, sim. Na verdade, foi um prazer, porque também tive a possibilidade e as chances de jogar com ele (Riquelme). Foram poucos jogos, mas pude jogar. E sempre estava olhando ele, sempre olhava os movimentos que fazia, onde se posicionava no campo.
Aprendi muito. Meu estilo é mais vertical, mais pra frente, gosto de assistir, gosto de fazer passagens longas. Sempre estava observando onde ele se posicionava, e a tranquilidade que ele tinha na hora de manejar o balão. Um pouco do que vejo hoje em Ganso também é muito parecido com o que jogava ele.
Adaptação ao estilo de jogo e características físicas
Tratei de trabalhar muita força nas pernas, no corpo, pra não cair muito.
Me pegam bastante pra tirar, trato de defender com o corpo, com meu tamanho baixo, pra poder me meter em todos os lados, e isso me favorece muito. No início foi um pouco difícil.
Sou um jogador que, quando está no campo, só se concentra ali e não consigo ouvir muito fora.
Concentro-me e jogo.
Do Boca à MLS: mudança de ambiente
Fazer uma mudança do que era Boca Juniors para a MLS, com fãs que só gostam de show, é diferente.
No início comecei a estranhar muito, depois passa um tempo e se acostuma.
Se acostuma bastante, sim. E chega um momento que eu quero voltar, preciso disso.
E quando cheguei aqui, joguei o primeiro jogo na Colômbia, e aí estava olhando tudo e disse…
Sim, me senti em casa de novo.
Parceria com Wayne Rooney (DC United)
Foi muito bom. Para mim ele foi também um referente que me ensinou muito, tanto dentro como fora do campo. Ele era uma pessoa incrível, é uma pessoa incrível. Como jogador, era o primeiro que chegava, treinava 100%, e isso já no final de carreira. Todos falavam que ele estava para se aposentar, mas ele ia para o treino e treinava forte. Isso eu admirava muito. Ele foi um maestro pra mim, dentro e fora de campo. Um capitão que sempre tentou manter o grupo muito junto.
E, na verdade, pra mim, ele é um ídolo.
Quase transferência para o PSG
Cheguei a ir para Paris. Fazia pré-temporada, e meu agente me ligou dizendo: "tem que voar hoje para Paris, o PSG quer contratar você." Fui, tomei um voo, fiquei em um hotel, esperei para que fechassem o contrato. Quando estavam por fechar tudo, o D.C. United decidiu não aceitar por alguns detalhes.
Não se deu a transferência, mas viajei, estive em Paris, ia fazer exames físicos e tudo.
Depois me ligaram e disseram que o D.C. United não aceitou.
Voltei ao hotel, foi um ano muito difícil para mim, 2019, onde passei muito mal.
Fiquei triste, frustrado, com muitos problemas no clube.
Então, no final de 2019, decidi começar minha vida em outro lugar.
Neymar, Messi e o sonho argentino
Seria um prazer jogar com o Neymar. Seria muito divertido, muito lindo.
Foi muito bom pra mim, como argentino, como jogador, como fanático da Argentina, ver o Messi chegar à MLS e poder jogar contra ele.
Foi algo muito bom pra liga também, cresceu muito.
Para os jogadores argentinos também, porque iam ser mais vistos.
E também estava o sonho de jogar contra ele, se bem que você sempre quer jogar com ele, não contra.
Foi algo muito lindo.
Mas onde vai, ele faz coisas incríveis.
Não pode comparar o Messi comigo, em nenhum lado.
Grupo e entrosamento no Fluminense
Desde que cheguei, foram muito importantes (os estrangeiros do Flu) pra mim.
Começar em um clube novo, na metade do ano, onde eles já se conheciam, era muito difícil.
Eu sou uma pessoa que tem muita vergonha, mas cheguei e eles começaram a brincar comigo. Foi como uma amizade muito rápida, e isso me fez sentir como em casa, muito querido. Não só eles, não só os gringos, mas todos. Comecei a ter relações com muitos companheiros, a falar muito.
Temos o grupo dos gringos, tomamos mate, falamos espanhol.
Depois vem o John Kennedy, Guga, Martinelli, todos nós, e nos divertimos muito, porque é um grupo muito unido.
Adaptação ao Rio
Eu gosto do país, gosto de conhecer a cultura, a música.
Assim me adapto muito rápido e me sinto como em casa.
Fluminense x Flamengo
O Fluminense volta a campo na quarta-feira (19). O Tricolor enfrenta o Flamengo no Maracanã, às 21h30 (de Brasília), pelo Campeonato Brasileiro. Uma vitória aproxima o time de uma vaga direta na Libertadores, além de complicar o rival na briga pelo título.
