Membros do Conselho Deliberativo do Flamengo se reunirão na noite desta terça-feira (7), na sede social na Gávea, para escutar Luiz Eduardo Baptista, o Bap, sobre a Libra. O presidente rubro-negro abordará a atual visão do clube sobre o método de distribuição de receitas televisivas. O encontro com os conselheiros, marcado para as 18h (de Brasília), contará com formato híbrido (presencial e virtual).
Entenda o cenário
Bap não concordou com o modelo de repasse dos valores que cada clube receberia por audiência, de 30% do total do contrato com a Libra. A quantia representa cerca de R$ 309 milhões por temporada (variável do acordo de direitos). A reunião com os conselheiros buscará um maior esclarecimento sobre o tema, que divide opiniões no futebol brasileiro.
O presidente do Flamengo irá detalhar como o contrato foi firmado, ainda na gestão anterior (membros da gestão Landim estarão presentes e poderão se manifestar). Além disso, também explicará o andamento do processo judicial iniciado pelo clube carioca. O tema gerou forte declarações de outros dirigentes, como Leila Pereira, presidente do Palmeiras.
— A minha sugestão seria nós criarmos uma outra liga excluindo o Flamengo. Acho que o Flamengo deveria jogar sozinho. Nenhum clube é maior do que o futebol brasileiro. O Palmeiras não joga sozinho, e o Flamengo não joga sozinho. Só se ele quer jogar ele contra o sub-20 dele. Acho que seria bonito nós formarmos uma nova liga excluindo o Flamengo, e aí o Flamengo joga com ele mesmo. Quero ver a audiência que vai ter. Acho muito difícil gestores com essa mentalidade. Isso não engrandece em absolutamente nada o futebol brasileiro — disse Leila.
O que prevê o estatuto?
Na visão do Flamengo, o estatuto da Libra não prevê, com clareza, a porcentagem que os clubes receberiam pelo valor de televisão, do acordo firmado com a TV Globo por cerca de R$ 1,1 bilhão (por ano até o fim de 2029). O documento conta com a seguinte divisão:
- 40% da receita total (R$ 468 milhões) repassada de forma igualitária
- 30% (R$ 351 milhões) distribuídos de acordo com a classificação no Brasileirão
- 30% (R$ 351 milhões) pela cota proporcional de audiência
A cota proporcional por audiência está dividida com: TV aberta conta com 60%, o Pay-per-view (Premiere) com 35% e SporTV com 5%.
Diante deste cenário, o Flamengo alega que a divisão não foi aprovada por unanimidade, gerando o imbróglio. O clube tentou, no fim de agosto, liderar um movimento pela mudança deste estatuto. No entanto, contou apenas com a companhia do Volta Redonda.
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Flamengo consegue liminar na Justiça
O Flamengo entrou com uma ação judicial e conseguiu o bloqueio dos pagamentos de uma parcela dos direitos de TV do Brasileirão que seria distribuída aos clubes que fazem parte da Libra (Palmeiras, Bragantino, São Paulo, Santos, Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Vitória, Remo, Paysandu, Volta Redonda, Guarani, Sampaio Corrêa, Brusque e Flamengo).
O valor do repasse é de R$ 77 milhões, que corresponde a uma porcentagem dos ganhos com o pay-per-view, segundo contrato firmado entre a Libra e a Globo, um dos canais detentores da transmissão do Campeonato Brasileiro.
Flamengo pode sair da Libra?
A reunião desta terça-feira, como citada anteriormente, servirá para esclarecer alguns pontos que ainda restam dúvidas internamente. Assim, qualquer posicionamento só será definido após debate entre os conselheiros.
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