Após a manifestação de clubes contra o Flamengo, devido ao bloqueio de uma parcela dos pagamentos dos direitos de TV do Brasileirão (que seria destinada aos clubes integrantes da Libra), o Rubro-Negro se posicionou. Em nota oficial, o Fla reclamou, mais uma vez, dos critérios para a divisão da verba de receitas de transmissão de TV. Além disso, dividiu tópicos com "fato ou fake".
O Flamengo garantiu que é falsa a teoria de que o clube não queira participar de uma liga. Por outro lado, afirmou que está cumprindo o estatuto estabelecido, e que está aberto para diálogo. O Rubro-Negro busca regulamentar o percentual de audiência, que não está oficializado no documento.
Entenda o imbróglio entre Flamengo e Libra
O Rubro-Negro carioca entrou com uma ação judicial e conseguiu o bloqueio dos pagamentos de uma parcela dos direitos de TV do Brasileirão que seria distribuída aos clubes que fazem parte da Libra (Palmeiras, Bragantino, São Paulo, Santos, Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Vitória, Remo, Paysandu, Volta Redonda, ABC, Guarani, Sampaio Corrêa, Brusque e Flamengo).
O Flamengo conseguiu uma liminar do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e travou o repasse de R$ 77 milhões, valor que corresponde a a uma porcentagem dos ganhos com o pay-per-view, segundo contrato firmado entre a Libra e a Globo, um dos canais detentores da transmissão do Campeonato Brasileiro.
A atual gestão do Flamengo alega ter sofrido prejuízo no acordo firmado pelo ex-presidente Rodolfo Landim, que tem vigência até 2029.
A Libra, inclusive, soltou uma nota de repúdio à ação proposta pelo Flamengo.
- A Libra repudia a decisão unilateral e repentina da atual gestão do Flamengo, que moveu ação judicial contra o conjunto de clubes do qual faz parte, bloqueando repasses financeiros consagrados em contrato e desgastando a harmonia do grupo ao questionar acordos já pacificados. O clube alega prejuízo dentro de um contrato bilionário, o que não condiz com sua situação financeira. A medida extrema confirma uma postura que privilegia o interesse particular de curto prazo, quando na verdade os verdadeiros prejudicados são os times que contam com esse dinheiro para seu fluxo de caixa, pagamento de contas e salários - se posicionou a LIBRA.
Forte declaração de Leila Pereira contra o Flamengo
Em entrevista ao "Esporte Record", Leila Pereira, presidente do Palmeiras, criticou a postura do Flamengo e sugeriu a criação de uma nova liga sem a participação do clube carioca.
- A minha sugestão seria nós criarmos uma outra liga excluindo o Flamengo. Acho que o Flamengo deveria jogar sozinho. Nenhum clube é maior do que o futebol brasileiro. O Palmeiras não joga sozinho, e o Flamengo não joga sozinho. Só se ele quer jogar ele contra o sub-20 dele. Acho que seria bonito nós formarmos uma nova liga excluindo o Flamengo, e aí o Flamengo joga com ele mesmo. Quero ver a audiência que vai ter. Acho muito difícil gestores com essa mentalidade. Isso não engrandece em absolutamente nada o futebol brasileiro - disse Leila.
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Confira a nota do Flamengo desta quarta-feira (01/10)
"Para tentar esclarecer de forma direta a questão envolvendo Libra e Flamengo seguem abaixo Fatos e Fakes a respeito do assunto.
Em resumo:
O Flamengo entrou na Libra porque quis e porque acredita numa liga. O clube quer um acordo, não impõe nada a ninguém e nem pode aceitar imposição.
A questão gira em torno dos critérios para a divisão da verba de 30% das receitas de transmissão de TV.
A Libra botou em votação 6 cenários para a divisão. O Estatuto determina que a solução tem que ser por unanimidade. Flamengo e outros clubes votaram em cenários diferentes. Não houve consenso, o Flamengo entrou na Justiça porque a verba estava sendo paga segundo a divisão não aprovada por todos os clubes.
FATO OU FAKE?
❌ É falso que o Flamengo não queira participar de uma Liga. Se fosse o caso, não teria ingressado na Libra.
❌ É falso que o Flamengo esteja buscando uma “virada de mesa”. O Clube respeita os contratos — basta consultar todas as atas de reuniões para comprovar.
❌ É falso que o Flamengo negue ter assinado contrato e queira reverter suas condições, mudando a regra do jogo. A convocação da Assembleia Geral da Libra em maio de 2025 é clara: convoca para a votação e aprovação de cenários relativos à audiência na venda dos direitos de transmissão.
❌ É falso que o Flamengo esteja pleiteando receber de volta R$ 100 milhões.
❌ É falso que tenha sido acordada qualquer definição de percentuais de audiência. O Estatuto é omisso nesse ponto. Por isso, a assembleia geral da Libra teve que deliberar sobre a lacuna existente no estatuto. Não houve uma conclusão. O Flamengo votou contra a opinião dos demais clubes. Mesmo assim, a Globo pagou as parcelas, segundo o cenário proposto pela Libra, o que é ilegal, pois fere a unanimidade do Estatuto.
FATO
✅ O Flamengo está cumprindo o Estatuto. Acontece que o Estatuto precisa ser complementado. Do Estatuto não constam os percentuais de audiência dentro dos 30% destinados a essa fatia na divisão dos direitos de transmissão — justamente o ponto que precisa ser regulamentado.
✅ O Flamengo sempre buscou diálogo. A Liga apresentou cinco opções de cenários e o Flamengo acrescentou mais uma. Após a assembleia de agosto, o Flamengo procurou três clubes para negociar. Nos encontros, o Flamengo reiterou a proposta de se ter um cenário alternativo para 2025 (cenário 4) e discutir um critério para os anos de 2026 a 2029. Nenhum clube aceitou discutir nada, mantendo postura irredutível.
✅ O Flamengo sempre esteve aberto a acordo, mas nem a Libra nem os clubes apresentaram qualquer contraproposta em qualquer momento, desde fevereiro de 2025.
✅ Não há qualquer documento que comprove a definição dos percentuais de audiência.
✅ O Estatuto tem uma regra de transição que assegura, a todos os clubes, receber um valor mínimo garantido nos anos de 2025 a 2029, equivalente à quantia recebida em 2023 corrigido pelo IPCA. Se esta regra do Estatuto tivesse sido respeitada em 2025 o Flamengo receberia R$ R$ 321.181.432 nesse ano.
✅ Ao considerar como válida uma aprovação irregular (sem unanimidade) e distribuir recursos sem respaldo estatutário, (pagamentos feitos pela Globo) a Libra age de forma ilegal."
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