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Ulisses Lopresti
São Paulo (SP)
Dia 04/06/2025
13:40
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No dia de sua posse, Osmar Stábile, presidente interino do Corinthians, declarou que as finanças do clube eram uma "terra arrasada" deixada por Augusto Melo, seu antecessor. Com uma dívida total de R$ 2,5 bilhões, o clube alvinegro precisava de verba para quitar despesas a curto prazo, como parcelas do Profut e a folha salarial do elenco.

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Segundo notícia trazida pela jornalista Marília Ruiz, uma das soluções encontradas pela atual gestão foi usar a verba do próximo Campeonato Paulista, ainda sem valor confirmado, como forma de honrar seus compromissos financeiros. Em entrevista concedida nesta terça-feira (3), no Parque São Jorge, Osmar Stábile confirmou a utilização da bonificação e esclareceu que a estratégia era a obtenção de juros mais baixos para garantir o fluxo de caixa.

— O Corinthians não pegou empréstimo com a FPF (Federação Paulista de Futebol). O que, na verdade, a gente fez, eu sou empresário, e eu tenho que trazer o menor juro para o Corinthians. Como fazemos isso? Se você tem garantias, o juro é menor. Se você não tem garantia, o juro é maior. Então você pode usar algum recebível lá da frente como garantira, não como dinheiro pego diretamente da FPF — disse o dirigente.

Osmar Stábile é presidente interino do Corinthians desde o afastamento de Augusto Melo (Foto: Reprodução/X/Corinthians)<br>

Entenda o método

O método é conhecido como "cessão de recebíveis com garantia". O Corinthians não pegou diretamente o valor cheio com a FPF, mas usou o que tem a receber da entidade como garantia em uma operação financeira realizada com outra instituição, não especificada pelo presidente.

Quando há uma garantia financeira envolvida, as instituições costumam cobrar juros menores, já que o risco de inadimplência é reduzido. Sem esse respaldo, o custo do empréstimo seria mais alto.

Dívidas do Corinthians

Com uma dívida de R$ 2,5 bilhões, o Corinthians enfrenta dificuldades para se reorganizar financeiramente. Para lidar com os débitos junto a credores, o clube aderiu ao Regime Centralizado de Execuções (RCE), que estabelece uma espécie de fila para o pagamento das dívidas em até dez anos, evitando bloqueios e penhoras judiciais.

Apesar disso, o clube ainda encontra obstáculos para quitar compromissos de curto prazo, especialmente os de natureza tributária. Um dos principais entraves é o Profut, programa do Governo Federal criado para o parcelamento de dívidas fiscais de entidades esportivas. O Corinthians chegou a atrasar algumas parcelas, mas conseguiu regularizar a situação com a estratégia financeira que envolveu a FPF. Caso contrário, podia sofrer ações judiciais por uma dívida de R$ 130 milhões.

Entre os compromissos de curto prazo também está a folha salarial do Corinthians. Segundo apuração do Lance!, os direitos de imagem vinham sendo pagos em dia recentemente, mas, no último mês, houve um atraso de dois dias.

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