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Ulisses Lopresti
São Paulo (SP)
Dia 09/09/2025
19:56
Atualizado há 6 minutos
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A SAFiel é um projeto que pretende tornar o Corinthians uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol), e será lançado oficialmente no dia 28 de outubro. A proposta visa uma estrutura em que a Fiel tenha participação entre os acionistas, longe de um único 'dono'.

Formado por quatro empresários: o empresário Carlos Teixeira, o investidor Mauricio Chamati, o advogado tributarista Eduardo Salusse e o publicitário Lucas Brasil. A ideia consiste em criar uma SAF democrática, em que torcedores seriam acionistas do Corinthians.

O plano inclui um modelo de estruturação que inclui uma divisão entre o clube e os acionistas, e consiste algumas propostas, que passam pela abertura de um IPO (Oferta Pública Inicial) na Bolsa de Valores, ampliação da Neo Química Arena e gestão das categorias de base. Em entrevista ao Lance!, Carlos Teixeira antecipou alguns projetos.

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Carlos Teixeira falou com exclusividade ao <strong>Lance!</strong> (Foto: Ulisses Lopresti/Lance!)

Ampliação da Neo Química Arena

O plano da SAFiel consiste em quitar a dívida do estádio com a Caixa Econômica Federal avaliada em R$ 700 milhões. O projeto inclui um plano de aumentar a capacidade da Neo Química Arena, que atualmente é cerca de 48 mil lugares, para 70 mil lugares.

- Qual é nosso projeto com a Neo Química Arena? Expandir para 70 mil lugares, melhorar o aproveitamento, fazer uma gestão ainda mais rigorosa das prioridades lá dentro, vender mais camarotes, atrair mais marcas para a Neo Química. Eu acho absurdo que um banco como o Itaú só tenha camarote em jogo da NFL e não em um jogo do Corinthians. Tem muito trabalho a ser feito para potencializar as receitas da Arena. Não é nossa ideia capitalizar, fazer fundo imobiliário ou algo do tipo; nossa ideia é quitar dívidas, expandir e gerir melhor - disse Carlos Teixeira em entrevista ao Lance!.

Proposta é aumentar a capacidade da Neo Química Arena (Foto: Divulgação / Chargers)

Captação e abertura em uma Bolsa de Valores fora do país

A proposta é abrir um IPO em cinco anos. Neste período, haveria a captação de valores, a partir da venda das duas ações disponíveis: com direito a voto, que incluem camadas populares com preço mínimo de R$ 200, até as sem direito de voto, para grandes investidores, que garantiriam liquidez e prioridade na venda. Nesta ideia, há a intenção de internacionalizar o clube.

- Trabalhamos com uma janela de cinco anos para o objetivo de IPO. É um período que a gente entende ser suficiente, e não adianta querer encurtar, para que a nova gestão consiga de verdade destravar muito valor do Corinthians. Hoje, a marca está muito arranhada. Então, não adianta querer fazer um IPO antes da empresa estar redonda, 100% alinhada, porque, no final das contas, o IPO é um momento em que o mercado vai premiar o trabalho feito. O IPO é o mercado validando que você é um bom gestor, que é uma boa marca, e que seu potencial de crescimento segue sendo exuberante para frente - disse Carlos Teixeira.

- Não queremos parecer ambiciosos demais, um passo por vez. Mas acreditamos que o Corinthians tem grande potencial de internacionalização. A lei da SAF ainda não permite, mas vai permitir em breve. A SAFiel poderia comprar um clube na África, captar jovens com potencial, terminar a formação deles em Portugal, e depois usar no Corinthians ou vender. Isso é um braço de internacionalização bastante possível, e talvez o IPO nem precise ser na bolsa de São Paulo, pode ser internacional, dependendo da gestão e do projeto - completou.

Categorias de base e inspiração nos rivais

O projeto da SAFiel também inclui a participação das categorias de base no plano financeiro do Corinthians. Carlos Teixeira pautou que o clube precisa vender os jogadores 'sem pressa', e busca inspirações em rivais.

- No futebol brasileiro, o salário de uma estrela na Europa é muito maior. A diferença é que clubes como Palmeiras e Flamengo conseguem segurar ou vender jogadores pelo preço certo, porque não têm pressa. O Corinthians, quando precisa vender, perde dinheiro, exemplo: queimou 30% do Pedrinho, quase R$ 50 milhões, porque precisava pagar empresário. Então nossa prioridade é resolver o problema raiz: má gestão e dívida. Quando o clube não precisar vender para pagar contas, pode segurar jogadores e negociar melhor, e repor peças de forma equivalente ao que foi vendido - disse Carlos Teixeira.

- Temos também foco em receita fixa versus variável. Um Corinthians bem gerido vai gerar receita recorrente forte, reduzindo dependência da venda de jogadores. Hoje, diferente do Flamengo e muito diferente do Palmeiras, o Corinthians pode ter um faturamento robusto apenas com receita fixa. Isso dá gestão mais tranquila e menos dependente de vendas - completou.

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