Escrito por Lance!
Como não estou e não vou para a Rússia, imagino que Cristian Bolaños não se incomodará comigo. E se não, eu não me importo. Eu tenho que criticar isso. Não por causa de seu desempenho, o que não foi notável, mas por causa de sua arrogância após o último jogo da Sele.
Arrogância boba. Porque ele primeiro justificou a derrota humilhante, comparando o nível dos jogadores rivais com o dos Ticos, bem como a diferença entre as duas seleções, e então ele teve a audácia de reprovar seu interlocutor jornalista com um "graças aos meus gols você está aqui".
Ele se reconheceu como inferior a Hazard e seus companheiros de equipe, o que parece dissonante para aqueles que tem o desafio de enfrentar a Sérvia, Brasil e Suíça. Ou será que os brasileiros são apenas os belgas, os suíços estão em um nível semelhante e a Sérvia está longe de jogar os chumicos?
Por um lado, ele nos enviou uma mensagem de desesperança. "Vamos nos acalmar." "Nós não poderíamos vencer a Bélgica." "Somos a Costa Rica." E, por outro lado, é preciso autoridade moral dos jornalistas para questionar seu chamado porque "graças aos meus gols você está aqui".
Algo como quando Ibrahimovich deixou-se dizer que uma Copa do Mundo sem ele não valeria a pena. Ahh coitadinho! Apenas faltou declarar, como Ronaldo, que certamente o invejam por ser belo, rico e bom jogador de futebol.
Keylor Navas joga como titular do Real Madrid e ganhou três Champions consecutivas. É um monstro! E, até onde eu sei, ele não assumiu poses de divo quando se trata de prestar contas à imprensa local e internacional.
Porque é isso que Bolaños, Navas e todos os jogadores da Seleção Nacional precisam fazer: prestar contas por suas atuações. Não antes do jornalista, que é apenas um intermediário. Mas diante do torcedor que com seu ingresso, seu papel como espectador, seu consumo daquele produto que eles chamam de futebol, coloca o dinheiro para que eles e todos os jogadores possam ser profissionais, ganhar milhões e vestir a camisa da Seleção.
Bolaños está mais do que pago por seus gols. Mais do que o suculento prêmio que receberá, recebeu os aplausos e o reconhecimento de uma torcida incondicional. Ele teve a felicidade de tornar seu sonho realidade graças às capas, às manchetes, às entrevistas e àquelas mostras de jornalistas e fãs. Agora que ele retorne algo para nós, jogando futebol e não causando ao vivo.
*Por Amado Hidalgo, do La Nación