Copa do Mundo

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

De grande favorita a decepção: o jogo de erros de uma Espanha eliminada

Considerada uma das favoritas ao título, Espanha colecionou erros até a eliminação contra a Rússia. Hierro, Lopetegui, Real Madrid, Federação... todos têm sua culpa

(Foto: JUAN MABROMATA / AFP)
Escrito por

É normal fazer uma caça às bruxas toda vez que uma seleção tradicional é eliminada de uma Copa do Mundo. No caso da Espanha, essa caça não se limita a apenas uma pessoa ou um momento específico durante o torneio. Da demissão de Lopetegui nas vésperas do Mundial até o pênalti defendido por Akinfeev, uma série de fatores resultou na eliminação para a Rússia, neste domingo, em Moscou. Uma eliminação que parecia questão de tempo, tendo em vista o baixo nível das exibições dentro de campo. 

O planejamento da seleção espanhola foi quebrado após a saída de Lopetegui. O acerto do treinador com o Real Madrid sem avisar para a Federação Espanhola acabou gerando uma crise interna que terminou com sua demissão. Espirrou em Fernando Hierro, chamado após treinar apenas um clube - e tendo rendimento ruim - como treinador. Improvisado à beira de campo, não soube melhorar uma equipe que viu o título mundial se afastar a cada partida. 

O LANCE! lista a série de motivos que levaram a Espanha a ser eliminada nas oitavas de final da Copa do Mundo de 2018. Muito além dos méritos da seleção russa, fatores como brigas políticas, opção por jogadores de um mesmo clube e um futebol que em nada lembrava o de seu antecessor fizeram a seleção espanhola se despedir como mais uma favorita que decepcionou - caso parecido com os de Alemanha e Argentina. 

Real Madrid, Florentino Pérez e Lopetegui
De acordo com os jornais Marca e AS, o acerto do treinador com o Real Madrid já era de conhecimento dos atletas madrilenhos que estão na Rússia. Caso de Sergio Ramos, capitão da equipe, que teria sido o responsável pela ligação entre o presidente Florentino Pérez e Julen Lopetegui. Os não-madrilenhos do elenco foram pegos de surpresa quando o anúncio foi feito, causando desconforto dentro da delegação.

Segundo o presidente da Federação Espanhola, a entidade ficou sabendo da negociação cinco minutos antes do anúncio oficial publicado pelo Real Madrid em seu site oficial, atitude considerada desrespeitosa pela RFEF. Não houve clima para o ex-treinador continuar no comando e sua demissão foi anunciada às vésperas do Mundial, faltando 48h para a Espanha estrear. 

Atitude explosiva de Luis Rubiales
Apesar do descontentamento de alguns atletas do elenco com a decisão de Lopetegui, os líderes de Real Madrid e Barcelona - e também da seleção, Sergio Ramos, Piqué e Iniesta - reuniram o grupo e se colocado à frente para defender o treinador. Os jogadores conversaram com o presidente da Federação Espanhola, Luis Rubiales, para permanência de Lopetegui. 

Não foi o suficiente para Luis Rubiales, que permaneceu irredutível sobre a sua decisão de demitir Lopetegui. A Espanha colocou fim a um ciclo que estava sendo montado desde 2010, quando o antigo treinador assumiu a categoria sub-19 da seleção. Boa parte do elenco que está na Rússia foi treinada, formada e revelada pelas mãos do treinador.

A escolha pela incógnita Fernando Hierro 
Sem Lopetegui, o ex-jogador e dirigente Fernando Hierro foi selecionado para liderar a equipe durante a Copa do Mundo. Conhecido como "El Jefe", Hierro estava trabalhando como diretor da seleção espanhola quando foi convidado para assumir o cargo. O planejamento foi manter a mesma linha de trabalho de seu antecessor, sem grandes mudanças ou rupturas. E, principalmente, não perder a confiança de um elenco que pediu pela permanência de Lopetegui.

O grande problema é que uma Copa do Mundo não é vencida apenas com gestão de grupo. A carreira de Hierro foi vitoriosa como jogador, mas praticamente inexistente como treinador. Seu único trabalho foi pelo Real Oviedo, equipe da segunda divisão espanhola, que terminou na oitava colocação e não deixou saudade. O lado positivo foi ter trabalhado como auxiliar-técnico de Carlo Ancelloti na temporada 2014-2015.

Coletivo irreconhecível e escolhas questionáveis
As atuações da Espanha na Copa do Mundo deixaram a desejar. Após uma exibição positiva contra Portugal, foi caindo de rendimento no caminho contra Irã, Marrocos e Rússia. A Espanha era um time que tinha a posse de bola, mas não conseguia ser efetivo com ela. Chegou a trocar mais de 1.000 passes nas oitavas de final, mas perdeu nos pênaltis.

Dentro de campo, as escolhas de Hierro sempre caíam para o lado de jogadores do Real Madrid, o que geraram críticas por parte da imprensa espanhola. Na lateral, Odriozola foi esquecido para Nacho ser improvisado. No meio, Asensio e Lucas Vázquez ganharam espaço enquanto Thiago e Saúl pouco foram utilizados. O treinador não conseguiu transformar bons jogadores em uma equipe competitiva. 

David De Gea
É inegável que David De Gea é um dos melhores goleiro do mundo. Suas atuações pelo Manchester United são mais do que o suficientes para ter certeza sobre o isso. O problema é que em sua primeira Copa do Mundo como titular, o goleiro decepcionou: foram 10 gols em 11 chutes à meta, numero difícil de aceitar para alguém da sua qualidade.

Outro ponto que pesou contra De Gea foi o fato de ter pulado para o mesmo canto nas quatro cobranças de pênalti da Rússia nas oitavas. Em todas ele foi para a esquerda, enquanto três chutes da Rússia foram para a esquerda. Na unica que foi em sua direção, conseguiu tocar na bola, mas não impediu a conversão.

Sergio Ramos e Gerard Piqué
Líderes e capitães do elenco, mas um desastre dentro de campo. A Espanha foi para a fase de mata-mata com a quinta defesa mais vazada do torneio, podendo ter sofrido mais tentos se enfrentasse adversários de maior qualidade. O nível de atuação dos defensores foi muito abaixo do esperado, assim como a de todo o sistema defensivo.

Ramos e Piqué também se destacam pelos erros que cometeram no torneio. Contra Marrocos, o zagueiro do Real Madrid perdeu a bola na intermediaria e deixou o atacante rival correr livre para marcar. Já o zagueiro do Barcelona cometeu um pênalti infantil que deixou a chance da Rússia empatar - quando a Espanha estava em vantagem na partida.