Copa do Mundo

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Os caras das Copas: Mario Kempes, o herói da Argentina em 1978

Atacante jogou três Copas e passou em branco em duas. Mas foi brilhante atuando em casa

(Foto: Reprodução de internet)
Escrito por

O herói do primeiro título mundial da Argentina atende pelo nome de Mario Kempes. O atacante canhoto foi o grande nome da Albiceleste na conquista da Copa do Mundo dentro da própria casa, sendo artilheiro isolado da competição, com seis gols, e ganhador da primeira Bola de Ouro da Copa dada pela Fifa para o melhor jogador de um Mundial. Kempes também disputou as Copas de 1974 e 1982, mas não chegou a balançar a rede nestas edições.

(Imagem: Arte LANCE!)

Kempes tinha apenas 19 anos e uma temporada pela seleção quando foi para a Copa de 74. O jogador do Rosario Central foi titular em cinco dos seis jogos da Argentina no Mundial da Alemanha Ocidental - entrando no jogo que iniciou no banco. No entanto, ele não conseguiu marcar naquela Copa. A Argentina passou pela primeira fase perdendo para a Polônia (3 a 2), empatando com a Itália (1 a 1) e goleando o Haiti (4 a 1). Na segunda fase, em grupo com Holanda, Brasil e Alemanha Oriental, perdeu por 4 a 0 para os holandeses, caiu para o Brasil por 2 a 1 e empatou por 1 a 1 diante dos alemães, saindo da Copa.

Porém, a história foi diferente em 78. Jogando em casa, a Argentina entrou como favorita ao título. O país vivia sob regime militar e o governo queria a taça. A Argentina tinha nomes de peso como Fillol e Passarella, mas foi Kempes que virou símbolo de raça naquele time - mais aguerrido do que técnico. O atacante já não era mais o camisa 13, como em 74, mas sim o 10. Ele foi o único convocado da Argentina que jogava fora do país - no Valencia. Na estreia, a Argentina saiu perdendo para a Hungria, mas Kempes soltou petardo de falta e Luque aproveitou a sobra para igualar. No fim, os argentinos ganharam por 2 a 1. No segundo jogo, triunfo por 2 a 1 sobre a França. Quando estava 0 a 0, Kempes iniciou lance que resultou em pênalti convertido por Passarella. Já no último duelo da primeira fase, contra a Itália, Kempes foi bem marcado e os europeus venceram por 1 a 0. A Argentina avançou de fase, mas atrás da Itália.


A segunda fase colocou Argentina, Polônia, Brasil e Peru no mesmo grupo. Só o líder iria para a final. O duelo inicial foi contra a Polônia e a estrela de Kempes brilhou: 2 a 0, com dois gols do atacante. O jogo marcava o retorno do jogador ao Gigante de Arroyito, casa do Rosario Central, e foi a partir dali que pintou a maior estrela do torneio. O segundo duelo, contra o Brasil, terminou 0 a 0. Jogo truncado e violento, no qual Kempes foi calçado por trás por Chicão - que recebeu amarelo pelo lance - e ainda levou do volante um empurrão no rosto. Por fim, o terceiro duelo daquela fase era contra o Peru. A Argentina precisava ganhar a seleção peruana por quatro gols de diferença para superar o Brasil no saldo e ir à final, já que uma hora antes a Seleção Brasileira tinha batido a Polônia por 3 a 1. Naquela noite, a Argentina entrou ligada e o Peru, que já estava eliminado, jogou de forma pavorosa - levantando até mesmo suspeitas de que o confronto estaria "entregue". Os argentinos ganharam por 6 a 0, com dois gols de Kempes, e avançaram à decisão, que seria contra a Holanda.

Em 25 de junho de 1978, 71.483 espectadores - argentinos em sua esmagadora maioria - foram ao Estádio Monumental de Núñez e viram Kempes brilhar na final do Mundial. A Holanda - que não tinha Johan Cruijff naquela Copa, mas era um esquadrão - começou pressionando e quase abriu o placar em duas tentativas. Mas foi Kempes que inaugurou a contagem. Aos 37 minutos do primeiro tempo, El Matador recebeu de Luque na meia-lua, correu entre dois adversários e balançou a rede. Dick Nanninga empatou para a Holanda aos 37 do segundo tempo. E aos 45, o holandês Rob Rensenbrink chutou uma bola na trave. O jogo foi para prorrogação e, no último minuto da primeira metade do tempo-extra, Kempes fez história: ele recebeu na entrada da grande área, passou por dois marcadores e finalizou. O goleiro Jan Jongbloed defendeu, mas a bola voltou caprichosamente para Kempes, que empurrou para o gol. Era o tento que garantia a artilharia isolada daquela Copa. Daniel Bertoni ainda fez o terceiro da Argentina, selando o primeiro título mundial da história do país.

Em 1982, Kempes foi para sua terceira e última Copa. A Argentina, que já tinha Maradona como camisa 10, caiu em grupo com Bélgica, Hungria e El Salvador. A Albiceleste perdeu para a Bélgica (1 a 0), passou pela Hungria (4 a 1) e bateu El Salvador (2 a 1), mas Kempes não fez gol, apesar de ter sido titular nos três jogos. A segunda fase foi em grupo que tinha Itália e Brasil. A Itália ganhou por 2 a 1 e o Brasil levou a melhor por 3 a 1. Kempes foi titular em ambos os jogos, mas acabou saindo daquela Copa do Mundo sem balançar a rede. E nem precisava... Seu feito de 1978 já tinha o colocado no panteão dos imortais.