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Felipe Rolim: ‘Os ex-Série B. A análise comparativa e a expectativa em cima do Botafogo’

Goiás, Avaí, Coritiba e Botafogo começaram o Brasileirão muito acima dos que vieram da Série B em 2019 e 2020<br>

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O começo do texto é comparativo, o número frio. Mas serve para mostrar que os quatro times que vieram da Série B para o Brasileirão de 2022 não sentiram o salto como nos anos anteriores. O corte é a 6ª rodada. 

Em 2019 subiram Red Bull Bragantino, Sport, Coritiba e Atlético-GO. Na 6ª rodada de 2020 o melhor dos quatro era o Coritiba, que estava na 14ª colocação com 6 pontos ganhos. Mesmo com o começo ruim, com os quatro times entre os sete piores da competição, apenas um caiu. Curiosamente, o Coritiba.

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Em 2020, subiram Chapecoense, América-MG, Juventude e Cuiabá. Na 6ª rodada de 2021 o melhor dos quatro era o Cuiabá, que estava na 14ª colocação com 6 pontos ganhos. Mesmo com o começo ruim, com os quatro times entre os sete piores da competição, apenas um caiu. Foi a Chapecoense que, desde o início, nos mostrava que voltaria para a Série B.

Neste Brasileirão há um começo que desvia claramente do padrão dos anos anteriores, com os quatro times que vieram da Série B muito bem posicionados na tabela. O Botafogo puxa a fila na 4ª posição; Coritiba e Avaí, ambos com 10 pontos, são, respectivamente, 6º e 7º colocados; já o Goiás, com 8 pontos, é o 13º colocado. Nos anos anteriores o time que vinha da Série B melhor posicionado estava em 14º lugar. No atual Brasileirão a pior colocação de um time vindo da Série B é a 13ª, é o Goiás.

Já falamos aqui, na semana retrasada, sobre o Coritiba e o bom começo de trabalho do paraguaio Morínigo. Hoje é dia de se ater ao Botafogo de Luis Castro e Erison.

O Botafogo, como já vinha mostrando no Cariocão, é um time mais eficiente do que necessariamente perigoso. O xG (expected goals, ou a quantidade esperada de gols de acordo com a soma do perigo causado durante a partida) do Botafogo é o menor entre o quarteto que subiu, mas compensa as jogadas ofensivas de aparente baixo perigo com a eficiência de Erison e, também, com o imponderável do futebol refletido no gol contra do Atlético-GO e com o gol de Patrick de Paula em que a cobrança da falta contra o Fortaleza desvia na barreira.

Erison é a chave para a análise da eficiência botafoguense nesse primeiro semestre. É o centroavante que faz o time converter mais gols do que se espera das jogadas ofensivas que o elenco produz. O recorte da 6ª rodada do Brasileirão coincide com o 19º jogo de Erison pelo Botafogo. O que ajuda demais na análise a seguir, porque Erison fez exatos 19 jogos pelo Brasil-RS antes de ser contratado e alguns números do jogador chamam a atenção em 2022. Erison fez 8 gols pelo Brasil-RS e, na mesma quantidade de jogos, entregou 12 gols e 3 assistências para o Botafogo.

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Refinando a análise, Erison mantém padrões muito similares nos dois times com relação aos duelos ganhos por jogo (por volta de 35%), aos dribles bem sucedidos (por volta de 53%) e passes certos (por volta de 70%). Manter o mesmo padrão de desempenho em um nível acima de enfrentamento já seria uma evolução para o centroavante, mas ele apresentou sensível melhora em outros importantes aspectos do jogo. Erison, no Botafogo, aumentou seus toques por partida dentro da área adversária de 2.64 para 3.26, bem como subiu a quantidade de chutes de 2.17 para 2.46.

São números quantitativos que um elenco superior ao anterior pode explicar, mas a parte técnica sobressai muito quando analisamos que os passes certos para o terço final do adversário melhoraram de 39% para 75% e sua média de gols subiu de 0.41 para 0.87 por jogo. Aí não tem jeito, depende demais do próprio atleta.

O atacante, nascido em Campinas-SP, fez 23 anos em abril passado e está na sua terceira transferência. Criado no XV de Piracicaba-SP, também passou pelo Figueirense antes de Brasil-RS e Botafogo. O desempenho acima do padrão pode estar mostrando um desvio se o jogador até o fim da temporada regressar à sua média ou a evolução natural de um jovem que está aproveitando a chance que tem. A expectativa é que a segunda opção se confirme.

Jogadores do Botafogo unidos no Nilton Santos. Time vive bom momento (Vítor Silva/Botafogo)