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Um ano de Durcesio Mello no Botafogo: as mudanças e o balanço do presidente em 365 dias de clube

Mandatário tomou posse em 4 de janeiro de 2021; desde então, defendeu a bandeira do profissionalismo, conviveu com problemas financeiros e tem a SAF como esperança

Durcesio Mello é o presidente do Botafogo (Foto: Vítor Silva/Botafogo)
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A primeira volta da Terra em torno do Sol tendo Durcesio Mello como presidente do Botafogo é completada nesta terça-feira. O mandatário tomou posse há exatamente um ano e, 365 dias depois, vive um panorama diferente do que assumira no Alvinegro - apesar de alguns problemas do passado ainda atrapalharam os bastidores e dia a dia do clube.

A busca pelo profissionalismo foi a bandeira defendida por Durcesio desde a época das eleições. Afastar amadores e trazer pessoas especializadas em cada área foi uma premissa do presidente, que cumpriu o prometido em alguns setores. Neste sentido, o "camisa 10" contratado pelo mandatário foi o CEO Jorge Braga, em março.

Trazido após uma série de análises e entrevistas, o executivo é um dos responsáveis por guiar a reestruturação do Botafogo fora de campo. Contratos com os parceiros do clube, minutas e caixa financeiro passam pelo crivo do CEO.

Uma das primeiras ações foi a demissão de mais 90 funcionários. À época, o movimento era necessário para que o Botafogo diminuísse a folha salarial mensal e pudesse caminhar em um ano de Série B e, por consequência, cofres menores. No documentário "Acesso Total", Durcesio afirmou que o dia das demissões foi o único que ele não trabalhou.

No que diz respeito à parte de negócios e marketing, o Botafogo remodelou completamente o programa de sócio-torcedor: o "Camisa 7" nasceu e entrou no lugar do "Sou Botafogo", trazendo o resgaste de experiências como atrativo. Outro destaque fica para Lênin Franco, que assumiu como diretor de negócios e marketing, outro nome trazido por Ducesio. O profissional, com uma longa carreira no Bahia, chegou em julho.

Os atos de Durcesio Mello a curto prazo foram trazer profissionais para tocarem partes específicas do clube. Ao entender que não tinha capacidade de tocar toda a 'máquina' sozinho, contratou profissionais específicos para cada área em questão. Para 2022, o setor da vez é um Head Scout, para auxiliar Eduardo Freeland e a análise de desempenho na busca de jogadores.

No fim do ano passado, o Botafogo renovou a concessão do Nilton Santos até 2051. O presidente tinha conversas com Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, há meses - entre os assuntos, claro, estava a renovação do contrato. Mas o mandatário também debateu ideias para melhorar o entorno do estádio.

Um dos projetos de Durcesio ao longo do primeiro ano como presidente foi o "Museu Botafogo", um local que promete reunir toda a memória e história do clube. As expectativas do mandatário em relação ao local são altas.

PROBLEMAS NO CAIXA
O pesadelo do Botafogo é o mesmo há anos: a falta de dinheiro. Com Durcesio a coisa não é diferente: o presidente sofre com a falta de recursos no caixa para fazer investimentos e, em algumas ocasiões, até mesmo honrar os pagamentos com o elenco.

O time adotou a "lei do silêncio" em outubro por direitos de imagem e premiações atrasados. O presidente quitou parte do motivo da insatisfação dos atletas na semana seguinte, dando fim ao protesto.

+ O primeiro de 2022: Botafogo negocia com o zagueiro Klaus, ex-Ceará

Em relação aos salários, o Botafogo conta com uma 'parceria' com o Sindeclubes para quitar os vencimentos dos atletas e funcionários. O clube conta com a ajuda da instituição para desbloquear verbas junto à Justiça do Trabalho e fazer o pagamento de até 60 salários mínimos por colaborador. Quem ganha acima disso tem a 'sobra' dos valores em atraso.

A temporada 2022, contudo, promete ser melhor que o ano passado neste sentido. Com uma realidade no que diz respeito às cotas de televisão pela volta à Série A do Brasileirão, a tendência é que o Botafogo melhore neste sentido. Vale ressaltar que o Alvinegro recebe esse dinheiro apenas em junho, quando a competição se inicia.

Durcesio e Vinícius Assumpção, vice (Foto: Vítor Silva/Botafogo)

QUERIDO
Durcesio faz questão de estar presente. Um claro exemplo foi quando ele pediu para acompanhar a delegação do Botafogo em um jogo contra o Internacional, em dezembro de 2020. À época, ele já havia vencido as eleições, mas assumia o cargo apenas em janeiro de 2021. Mesmo assim, ele já queria se ambientar ao clima e se apresentar aos jogadores.

Ele também teve presença frequentemente em jogos do time de base e equipe feminina. Nesta segunda-feira, foi à Taubaté apenas para ver a estreia do sub-20 na Copinha. Minutos depois da partida acabar, voltou ao Rio de Janeiro.

O presidente mantém uma boa relação com praticamente todos os atletas. O fim de 2021 positivo que o Botafogo teve, claro, ajudou para isso, mas o mandatário, mesmo nos momentos difíceis, não fugiu de conversar com quem quer que fosse do elenco. A presença de Durcesio é elogiada nos bastidores.

Durcesio ao lado de Montenegro em evento do Nilton Santos (Foto: Divulgação/BFR)

RELAÇÕES ANTIGAS
Nem tudo são flores, claro. Uma das principais críticas vindas da torcida na gestão Durcesio Mello é a relação que ele possui com Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente do clube, que continua aparecendo nos bastidores. Os dois são amigos de infância.

Vale ressaltar que Montenegro não tem mais nenhuma relação com o Botafogo - assim como aconteceu na época do 'Comitê', em 2020. O ex-presidente fica fora de qualquer questão de contratação, venda ou operacional. Em 2021, porém, ajudou o Botafogo a pagar alguns 'bichos' - premiação após as partidas - ao elenco.

Jorge Braga e Durcesio Mello (Foto: Divulgação/BFR)

A ESPERANÇA
2021 foi fechado com provavelmente o melhor presente de Natal que a torcida conseguiria receber: o pré-contrato assinado para a compra da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) por John Textor, da Eagle Holding. Durcesio assinou o vínculo com o americano, que vive um processo de 60 dias para concretizá-lo de fato.

+ Porta-voz prevê conclusão do negócio da Botafogo SAF com John Textor em até 60 dias

A promessa da profissionalização do departamento de futebol do Glorioso já dura dois anos, mas nunca esteve tão perto de ser concretizada. Com o CNPJ da SAF já registrado na Receita Federal, o Alvinegro pode receber o investimento de Textor. O aporte inicial será de R$ 400 milhões.

Durcesio não mudou o Botafogo da água para o vinho. Está longe disso, aliás. O Alvinegro ainda sofre com problemas nas finanças e tem, por exemplo, dificuldade para contratar jogadores. Mas pela primeira vez em muito tempo há a impressão de que alguma coisa está caminhando para a frente nos corredores do Estádio Nilton Santos.