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Pedro Cobalea Neves
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 15/09/2025
05:20
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No último domingo (14), em partida contra o Ceará pelo Campeonato Brasileiro, Philippe Coutinho alcançou uma marca simbólica e especial: 100 jogos com a camisa do Vasco da Gama. O feito foi celebrado antes da bola rolar, com uma homenagem do clube ao camisa 11, que retribuiu dentro de campo marcando um belo gol de falta — o primeiro do time no empate por 2 a 2.

O momento é ainda mais significativo por representar o melhor período de Coutinho desde seu retorno ao clube em 2024. Após enfrentar diversos problemas físicos e dificuldades de adaptação na sua segunda passagem por São Januário, o meia-atacante reencontrou o bom futebol em 2025. Nesta temporada, ele soma 39 jogos, 11 gols e três assistências, sendo peça-chave no time comandado por Fernando Diniz.

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Em entrevista à VascoTV, Coutinho relembrou seus primeiros passos no clube, com apenas sete anos de idade. Em sua fala, destacou a timidez da infância e como quase desistiu do primeiro teste no futsal de São Januário.

- Eu lembro que foi aqui que tudo começou pra mim. Sempre fui bastante tímido. Lembro que no meu primeiro dia aqui, nesse meu primeiro teste no Vasco, eu não queria entrar. Eu ficava ali atrás daquela cesta de basquete. E aí depois eu vim pra arquibancada, o pessoal treinando. Eu fiquei perto dos meus pais, não queria treinar. Eles tiveram que me convencer. Um treino muito bom e eles me aprovaram. Eu amava isso aqui - lembrou o camisa 10 do Vasco.

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Coutinho comemora marca de 100 jogos pelo Vasco (Foto: Jorge Rodrigues/AGIF)

O jogador também relembrou com carinho os tempos de base, onde dividia o dia entre treinos, refeições no clube e estudos.

- Logo depois ia para a escola. Então foi um grande período da minha vida. Como eu falei, sou grato demais ao clube por me proporcionar o estudo também. A minha lembrança de escola é aqui, com os amigos que eu tenho até hoje. Lembro dos professores, obviamente, super grato a eles também por tudo que a gente aprendeu aqui.

Da base ao profissional

A transição para o time principal aconteceu cedo, mas com muito preparo. Aos 15 anos, já participava de treinamentos com os profissionais.

- Lembro que o Vasco também me preparou para essa transição do profissional. Antes de ficar totalmente integrado ao profissional, eu vinha fazer alguns treinamentos na semana. Esse sempre foi o meu principal sonho, né? Jogar profissionalmente pelo Vasco, pelo clube que eu amo.

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Brilho na Europa e na Seleção

Depois de despontar no Vasco, Coutinho partiu para a Europa muito jovem. Vestiu camisas de grandes clubes como Inter de Milão, Liverpool, Barcelona e Bayern de Munique, além de acumular convocações frequentes para a Seleção Brasileira.

- Pra mim é um motivo de muito orgulho ter passado na Seleção, ter disputado uma Copa do Mundo, tanto na base quanto na principal, ser campeão da Copa América, que pra mim é um marco muito importante na minha carreira.

O retorno ao clube de origem

Em 2024, após quase 15 anos longe de São Januário, Coutinho decidiu voltar ao Vasco — movido por amor, gratidão e o desejo de retribuir ao clube que o revelou.

- Não tinha outra opção na minha cabeça, minha volta seria somente para cá. Pela gratidão, pelo amor que eu tenho ao clube, a gente já tinha claro que o dia que eu retornasse ao Brasil seria para o Vasco. Foi uma demonstração de carinho da parte dos torcedores que eu não esperava, que eu não imaginava. E isso fica na minha cabeça de cada dia trabalhar mais, é dar o meu melhor ali para poder retribuir todo esse carinho que eu recebi

No início, a trajetória não foi fácil. Lesões e falta de ritmo comprometeram sua sequência, mas a atual temporada marca uma virada. Com regularidade, protagonismo e liderança dentro de campo, Coutinho tem sido decisivo e ajudado o Vasco a sonhar com voos mais altos na temporada.

A marca dos 100 jogos

O jogo contra o Ceará, além do gol e da homenagem, simbolizou a consolidação de uma trajetória de amor e superação.

- É muito especial, completar 100 jogos, né?. Queria me tornar profissional, como os caras que eu vi jogando aqui, quando eu vinha treinar, vi o profissional treinando. O meu sonho era esse, vestir a camisa do Vasco, fazer um gol pelo Vasco, ser, de fato, um jogador profissional que as pessoas admirassem, que as crianças se espelhassem.

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