Barreira do Gigante

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Campello: ‘Não vamos aceitar que o Maracanã seja entregue a um ou dois clubes’

Presidente do Vasco concedeu entrevista coletiva e citou estranheza pelo projeto apresentado pelo Flamengo ter saído tão rápido

Campello, presidente do Vasco (Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br)
Escrito por

O presidente do Vasco, Alexandre Campello, declarou, nesta quinta-feira, que não aceitará que apenas um ou dois clubes façam a gestão do Maracanã. Isso porque Flamengo e Fluminense apresentaram uma proposta conjunta ao Governo do Estado do Rio de Janeiro sem incluir o clube cruz-maltino ou o Botafogo. O mandatário afirmou que apenas o Rubro-Negro tem condições de gerir sozinho o estádio, mas a direção vascaína insiste em uma proposta conjunta e irá consultar o jurídico para saber como proceder.

- Não seremos "chaveirinho" na calça dos outros clubes. O Vasco tem que participar da gestão. O Vasco não quer esmola de jogar lá. Se o Fluminense se submete a esse desejo, é algo deles. O Vasco não aceitou ser subalterno e não participar da gestão. Não vamos aceitar que o Maracanã seja entregue a um ou dois clubes. Falamos com o Flamengo, que nos apresentou uma proposta que não era isonômica. Aceitamos que eles tivessem maior participação do lucro, pois jogariam mais lá, mas eles não abriam mão de ter controle do estádio. Eles disseram que procurariam o Fluminense - falou:

- Na reunião na federação, o Flu disse que estava preparando uma proposta única e o que se viu não foi isso. Nos preocupa muito. O Vasco não concorda com esse tipo de cessão de direitos e não irá aceitar esse direcionamento. O Maracanã é um patrimônio do povo, construído com o dinheiro da sociedade. Não pode ser de preferência de um clube. Vamos buscar nossos direitos na Justiça ou em qualquer lugar - completou.

Campello explicou ainda o motivo do Flamengo ser o único a poder gerir o estádio sozinho e comentou sobre a estranheza que sentiu pelo clube rubro-negro apresentar sua proposta em um tempo curto.

- São exigências de índices financeiros. Inicialmente nenhum clube estaria em condições de participar da concorrência. A partir das mudanças, o Flamengo passou a ter condições. É uma das coisas que nos causou estranheza. É difícil montar um projeto em tão pouco tempo, a não ser que se saiba com mais antecedência. Se existe um interesse que a gestão seja compartilhada, todos deveriam sentar juntos e discutir. É minimamente estranho. Ficamos surpresos com esse processo e a forma como aconteceu - criticou.

Na última semana, o Vasco apresentou a intenção de gerir o Maracanã. Diferente de seus rivais, a ideia do Cruz-Maltino era uma união dos clubes em consórcio. O Estado também participaria e subsidiaria parte dos custos, e um conselho administrativo faria a gestão do estádio. Fla e Flu já haviam apresentado propostas separadas para gestão. No entanto, nesta quinta-feira, os dois organizaram uma proposta conjunta.

Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, e Pedro Abad, mandatário do Fluminense, estiveram no Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro, para apresentar o projeto. Os dois dirigentes garantiram que a declaração não exclui Botafogo e Vasco, que poderão utilizar o estádio sob os mesmos valores da dupla Fla-Flu. 

A linha do tempo das negociações

Campello detalhou o processo do Vasco desde o rompimento do Governo com o Consórcio. No meio do mês passado, o governador Wilson Witsel (PSC) anunciou a rescisão do contrato com o consórcio liderado pela Odebrecht, alegando descumprimento nos pagamentos. O Governo passou a receber propostas de interessados pela administração. Inicialmente seria por seis meses.

- No dia 18 de março, o Wilson Witzel rompeu com o consórcio e declarou que a ideia era que o Maracanã fosse gerido pelos quatro grandes do Rio mais o Governo e a Federação. Em seguida, fomos chamados à Casa Civil, pois o Governo queria ouvir os clubes a respeito disso. O Vasco se reuniu e foi questionado se tinha interesse em participar da gestão do estádio. O clube se mostrou interessado, dizendo que tinha entendimento que não existia necessidade de um intermediário nesse caso. O comitê pediu que o Vasco voltasse com uma proposta - disse Campello:

- Mostrei minha preocupação com a maneira muito rápida que isso estava acontecendo. Achei um tempo muito curto para discutir o assunto e formular a proposta sem ter informações do Estado sobre custos do Maracanã. Eles disseram que era o tempo que tinha. No dia 25, protocolamos uma carta de intenção. Colocávamos a ideia da gestão feita pelos clubes com participação do Estado e da FFERJ. No dia 28, recebemos um termo de referência com uma série de exigências para o edital. No dia 29, recebemos uma primeira errata com condições e garantias. No dia 2 de abril, uma outra, suprimindo alguns itens de indicadores financeiros. Estranhamente, apenas o Flamengo estaria em condições de participar da concorrência. Nos causa estranheza que se consiga montar um projeto em uma semana. Eles disseram que sentariam para falar com os clubes, mas nunca ocorreu. Preocupados com a proximidade da data limite, procuramos todos para conversar - completou.

SETOR SUL


Caso Flamengo e Fluminense ganhem o direito de gerir o Maracanã, o clube tricolor estabelecerá seu lugar no Setor Sul. O local, porém, já foi motivo de muitas discussões. Na final da Taça Guanabara, por exemplo, os portões ficaram fechados até a metade do primeiro tempo. Alexandre Campello comentou a questão.

- É preciso entender que o Maracanã é uma ferramente importante. Ter a gestão significa possibilidades de acordos comerciais, receitas que estão em jogo. Direcionar para esse ou aquele é colocar em outro patamar quem está na gestão. O justo é colocar todos para fazer a gestão de um bem público. Na reunião na federação, Abad disse que não era um ponto importante. O Vasco não colocou nada a respeito do setor. O que se tratava era algo maior.

Veja outras respostas:

Botafogo


A posição do Botafogo é particular. O clube tem um estádio com capacidade maior, com possibilidade de receber duas torcidas. Ele gostaria de participar, desde que não representasse despesa. Existia um consenso que poderia participar, mas sem ter lucros ou prejuízos.

Participação do Governo

O Governo pode ajudar em uma série de coisas. No primeiro momento só existe ônus. Em alguns itens eles podem ajudar, mas a gestão deve ser auto-suficiente. O Maracanã pode arrecadar além do que arrecada em partidas de futebol e ser lucrativo. O Vasco levou uma proposta para ser discutida. Com a mudança de postura do Governo, o Vasco entende que não tem como fazer uma proposta única. Por isso não entrou com nenhuma proposta. O que buscamos é algo compartilhado.