Dia 01/03/2016
03:51
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O paranaense Thiago Mion estava no Maracanã aguardando o momento em que iria estrear como voluntário no amistoso entre Brasil e Inglaterra, ainda antes do início da Copa das Confederações quando recebeu uma missão fora do script. Ele e seus companheiros recebiam as últimas instruções dos coordenadores do Comitê Organizador Local da Copa-2014 (COL) e um dos gerentes questionou quem poderia auxiliar o coordenador da Fifa no Maracanã, o ex-jogador ganês Anthony Baffoe, com a tradução em uma reunião.

– Vi que ninguém se candidatou e eu me ofereci. Fui, fiz as traduções e a partir daí o Anthony pediu para acompanhá-lo, desde então estou fazendo isso – conta Thiago.

Dois dias depois, um dos funcionários do COL chamou Thiago para conversar e reforçar o caráter de confidencialidade do trabalho que ele está fazendo. Além de reuniões entre Baffoe e o COL, o curitibano também acompanha visitas técnicas ao Engenhão, São Januário – campos oficiais de treinos – e hotéis. Sempre fazendo o meio de campo entre o coordenador da Fifa e os envolvidos na organização do evento. Mesmo assim, o trabalho de Thiago continua voluntário.

O curitibano de 35 anos morou durante oito anos na Nova Zelândia. Ele afirma que vai se inscrever novamente para o programa de voluntários da Copa de 2014.

Voluntários se organizam

Os selecionados para trabalharem como voluntários no Rio de Janeiro têm se organizado pelas redes sociais com diversos objetivos. São dezenas de grupos de discussão entre os voluntários.

Grupos de seis a sete pessoas, na maioria estudantes, marcaram pelo Facebook a divisão do aluguel de apartamentos por temporada, para amenizar o custo da acomodação na cidade. O Rio tem uma das diárias de hotel mais caras entre as seis cidades-sedes da Copa das Confederações, só perdendo para Brasília (DF).

Porém, não só em quesitos práticos se faz a reunião virtual dos voluntários. Eles também combinam de se encontrarem e fazem visitas aos pontos turísticos do Rio nas horas de folga do trabalho.

Bate-Bola
Rodrigo Hermida - gerente de voluntariado do COL

Qual é a principal orientação aos voluntários, depois de todas as etapas de treinamento?

Depois das etapas concluídas, a gente pede brilho no olho, vontade de entrega e responsabilidade. Porque é um acordo, não tem nada além do combinado.

Como mantê-los motivados para continuar comparecendo e não abandonarem o evento no meio?

Tentamos sempre colocá-los para trabalhar nas áreas que eles escolhem, é motivacional. Mantemos um serviço de qualidade tanto de transporte como de alimentação. Mas a pior coisa é a pessoa ser voluntário e não ter o que fazer. Tem que se sentir útil.

Há algum grupo que vocês gostariam que participasse mais?

O percentual de inscritos na faixa dos 18 aos 25 anos e dos 26 aos 40 anos está bem próximo e ficamos satisfeitos com isso. Porém, pessoalmente, eu gostaria de mais envolvimento da terceira idade, que é um pessoal super capacitado, super capaz para trabalhar, atender ao público.

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