A vela adaptada do Brasil conquistou no Mundial, que reuniu os melhores velejadores com deficiência do mundo, em Weymouth, na Inglaterra, a inédita vaga para Londres 2012 na classe Skud 18, para tetraplégicos, na última sexta-feira.
Há apenas dois anos na vela adaptada, e estreante no barco Skud 18, Elaine Cunha, de 29 anos, foi a primeira mulher a fazer parte da Seleção Brasileira. Ela velejou ao lado do timoneiro Bruno Neves, de 25 anos.
- Foi diferente, porque a gente treina num barco mais simples e numa represa que não tem correnteza e o vento é mais fraco. A conquista foi uma surpresa para todos nós, porque era minha estreia e nossa primeira experiência com o barco. Ele é excelente! Bruno e eu nos apaixonamos e estamos animados. O Skud 18 nos permitiu um desempenho melhor por ter uma aerodinâmica boa, mais potente, velas melhores - enumerou entusiasmada.
Elaine, que ficou tetraplégica após um acidente de carro há quatro anos, conheceu o esporte na Associação de Assitência à Criança Deficiente (AACD).
- Aprendi a nadar lá e depois me apresentaram ao remo adaptado. Fiz um ano e depois conheci minha fisioterapeuta, que também é classificadora funcional. Ela me falou sobre a vela e eu me interessei. Isso aconteceu há dois anos e não esperava que em tão pouco tempo eu estaria representando o Brasil numa competição tão grande e menos ainda que iria para uma Paraolimpíada. Foi tudo muito emocionante - revelou Eliane.
Também há dois anos treinando vela, o timoneiro Bruno está bastante animado com o feito.
- Agora vamos trabalhar para conseguir o mesmo barco para treinarmos com ele aqui no Brasil. O Mundial foi uma experiência maravilhosa e um desafio muito grande. Em um dos dias pegamos um vento de 26 nós. Alguns barcos nem saíram e nós conseguimos completar as duas regatas - contou o velejador, que treina com a parceira na Represa de Guarapiranga (SP).
Na competição o Brasil também participou nas classes Sonar e 2.4 mr, e teve seis pessoas no staff.
Dia 28/10/2015 04:57