Um jantar de confraternização de atletas do Veranópolis para ver o jogo do Santos pela Libertadores quase terminou em tragédia e gerou a demissão de dois jogadores.
Cinco atletas reuniram-se na casa do zagueiro Anderson Bill. No entanto, durante uma discussão, o atacante Gilson usou uma faca para ameaçar o meia Marcos Paraná, que, assustado, pulou da sacada e fraturou duas costelas. Como resultado, a diretoria do clube rescindiu o contrato de ambos os atletas.
– Foi uma vergonha para o clube, mas já fizemos o que tínhamos de fazer: rescindir o contrato dos dois. O Marcos ainda nao assinou, porque esta convalescendo, mas ja esta comunicado. – afirmou o presidente do Veranópolis Gilberto Generosi.
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O técnico Leandro Machado também teve seu contrato rescindido. Quem assume é o gerente de futebol Adenir Bertóglio, que fez coro ao mandatário do clube:
– Isso prejudicou a carreira dos dois. Poderia ter sido mais trágico, causado uma morte. Eles sujaram o nome do clube e do elenco.
Generosi afirmou que, ao contrário do companheiro, explosivo, Gilson tem bom temperamento:
– O Marcos é muito nervoso, agitado, jogou quatro jogos e foi expulso em dois por agressão. Já o Gilson era calmo dentro e fora de campo.
O presidente mostrou-se envergonhado com o incômodo causado pelos atletas:
- Causaram um vexame no condomínio onde isso aconteceu. Há pessoas que trabalhariam cedo no dia seguinte e eles ficaram até as duas da manhã para se acalmarem.
Dentro de campo, elenco reduzido e técnico também de saída
Em relação às baixas no elenco, Gilberto Generosi comentou que os dois farão falta, mas ressalta a decisão da diretoria:
- Trabalhávamos com 24 atletas, hoje estamos com 22. Traremos mais três para melhorar nosso plantel em quantidade e qualidade. Mesmo assim, tomamos a decisão certa em rescindir com eles.
Os dois jogadores não serão os únicos a deixar o clube. O diretoria rescindiu o contrato do técnico Leandro Machado em comum acordo. O treinador ficou apenas duas semanas no comando técnico da equipe gaúcha.
– Temos de ter senso crítico. Não tinha mais nada a tirar do grupo, sei até onde posso ir – disse Leandro.
O presidente justificou a decisão:
– Já vínhamos tratando isso há um tempo. Ele não conseguiu motivar o grupo, não conseguiu empregar no elenco a garra característica do futebol gaúcho motivo pelo qual o contratamos, mas o fato de ter acontecido no mesmo dia foi coincidência.
Já longe do Veranópolis, o técnico repensa a decisão tomada:
– Não me arrependo do que fiz, mas devia ter pensado melhor e ter tido mais paciência, mais tranquilidade quando recebi a proposta – finalizou.
Segundo o presidente, o novo técnico já foi escolhido e assistirá das tribunas a partida contra o Caxias, pelo Gauchão. No entanto, o nome do novo comandante ainda não pode ser revelado.
Me resta aceitar o que eles decidirem', diz Marcos Paraná
O meia Marcos Paraná, que se recupera em casa, preferiu não comentar a rescisão de seu contrato:
– Não sei se eu merecia, não sei o que se passa na cabeça dos dirigentes, mas sempre me dei bem com todos no clube. Só tenho de aceitar o
que eles decidirem – disse o atleta.
No entanto, o atleta relutou em comentar o incidente:
- Não gosto nem de lembrar o que aconteceu. Prefiro pensar que é passado e me preocupar em voltar a jogar.
COM A PALAVRA
Gilberto Generosi, presidente do Veranópolis:
Fico até envergonhado de falar sobre isso. Foi de um antiprofissionalismo incrível de ambos. Esta é uma situação vexatória, desanimadora. Nunca aconteceu algo nesse nível no estado, acho que nem no país. Numa cidade pequena com a nossa, é constrangedor. Foi de um descontrole emocional absurdo. Nunca tivemos problemas de relacionamento no clube. O Gilson era tranquilo. Já o Marcos foi expulso em dois dos quatro jogos em que atuou, mas nunca teve problemas extra-campo.
Vaga no mata-mata
Mesmo perdendo para o Ypiranga por 4 a 2, o Veranópolis garantiu no último domingo a vaga nas quartas-de-final do Campeonato Gaúcho.
Jantar termina em confusão
Cinco atletas se reúnem na casa do zagueiro Anderson Bill na terça-feira para jantar e ver o jogo do Santos. Após discussão, Gilson usa uma faca para ameaçar Marcos Paraná, que pula da sacada e quebra duas costelas.
Rescisão com atletas e técnico
Na quarta-feira, a diretoria rescindiu o contrato dos dois atletas. No mesmo dia, o mesmo aconteceu com o técnico Leandro Machado. Para a diretoria, trata-se de mera coincidência.