Dia 01/03/2016
04:21
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Em meio a contratações milionárias e loucuras financeiras na Europa Central, a Turquia se estabeleceu como um dos protagonistas deste mercado de transferências. Nesta temporada, o país será mais do que um centro periférico do Velho Mundo. Com astros do continente e medalhões, a Super Lig promete ter a edição mais disputada dos últimos anos.

Vice-campeão na temporada passada, o Fenerbahçe foi quem mais se reforçou (R$ 110, 4 milhões). Artilheiro, o atacante Van Persie foi a contratação de mais impacto. O clube também conseguiu tirar outro jogador do Manchester United: o meia-atacante Nani. Além do holandês e do português, ainda chegaram os brasileiros Fabiano, ex-Porto; Souza, ex-São Paulo; e Fernandão, ex-Bahia e Flamengo.

Já o Galatasaray, atual dono do título, trouxe o atacante alemão Podolski, o rei da simpatia na última Copa do Mundo. O rival do Fenerbahçe ainda conta com os calejados Felipe Melo e Sneijder.

- A Turquia já é uma atração na Europa. Se fizermos uma boa Champions League, vão nos olhar de outra forma. Para quem está chegando eu aconselho a se deixar levar pela cultura e entrar de cabeça. É um país amigo, com uma educação muito boa - revelou o lateral-esquerdo Alex Telles, do Galatasaray, ao LANCE!Net.

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Os clubes sem o mesmo apelo midiático dos grandes não ficam atrás: o Antalyaspor surpreendeu e anunciou o atacante Eto’o. Já o Trabzonspor ficou com M’bia, campeão da Liga Europa pelo Sevilla na temporada passada.

O período de muitas contratações reflete a aceleração da economia turca. O PIB (Produto Interno Bruto) do país cresceu 2,3% em relação ao ano passado, porcentagem acima do esperado pelos analistas.

– Mais três anos, o Campeonato Turco se aproximará ainda mais das grandes ligas europeias. Os clubes têm patrocinadores e condições de montar bons elencos – prevê o atacante Márcio Mossoro, do Istambul Basaksehir.

Fanáticos por futebol, os turcos aproveitam o período de ostentação e prosperidade para colocar a liga em evidência.

BATE-BOLA

Cicinho - Lateral do Sivasspor

‘Brasileiros têm tudo para dar certo aqui’

LANCE: Qual o conselho que você daria a um jogador que está chegando ao futebol turco?

CICINHO: É um futebol dinâmico, muito disputado, com grandes jogadores e bons times. Agora, o clima está mais tranquilo, mas depois esfria e complica um pouco. O maior cuidado tem de ser com as temperaturas mais baixas.

LANCE: Como será enfrentar tantas feras do futebol europeu?

CICINHO: A expectativa é de um campeonato que chamará mais atenção no Brasil. Tive a felicidade de ser considerado o melhor lateral-direito da Super Lig há duas temporadas. Acredito que o Sivas fará um bom papel.

L: A Turquia pode ter um torneio tão atraente como os campeonatos da Europa Central?

C: É difícil competir com Espanha, Inglaterra, Alemanha e Itália. Mas a chegada de alguns jogadores e a manutenção de outros farão o país ser mais observado. Ano passado, o limite de estrangeiros era cinco jogadores por equipe. Neste ano, subiu para 14. Os brasileiros têm tudo para dar certo por aqui.

CAÇULA QUER ESTRAGAR A FESTA DOS NOVOS ASTROS

Caçula do Campeonato Turco, o Istambul Basaksehir fez barulho na última edição do torneio. Logo após conquistar o acesso, o clube da capital chegou à quarta colocação com resultado expressivos, como a goleada sobre o Galatasary por 4 a 0. Destaque da equipe, o atacante Márcio Mossoró afirma que os novos astros do futebol do país não assustam.

– Eles fazem a diferença, mas somos um conjunto. Brigamos pela bola como se fosse um prato de comida. Mesmo jogando por um time sem astros, nosso objetivo é fazer história – disse o brasileiro ao LANCE!.

O Istambul realiza pré-temporada na Holanda e se prepara para enfrentar a fase eliminatória da Eurocopa. Com poucos anos na estrada, o clube ainda não formou uma torcida numerosa. Porém, engana-se quem pensa que não existe cobrança.

– Temos uma estrutura fantástica e de outro mundo. O presidente nos dá tudo. Não podemos reclamar. Nossa responsabilidade é muito grande – completou Mossoró.

Adaptado ao mundo turco, o atacante brasileiro garante:

– Para ser sincero, não tive dificuldade alguma. É fácil viver no país.

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