Em um julgamento acalorado, o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu por maioria dos votos aliviar as punições aplicadas a Corinthians e Vasco devido a briga entre torcedores no estádio Mané Garrincha, em Brasília, durante o confronto entre as duas equipes pelo Brasileirão. O STJD manteve a perda de quatro mandos de campo para os dois clubes, mas retirou os portões fechados.
O Tribunal determinou ainda que a CBF aponte onde a perda de mando de campo será aplicada, levando em conta que não pode ser onde os clubes já jogaram no Brasileirão deste ano. Além disso, as multas de R$ 50 mil, para Vasco, e R$ 80 mil, para o Corinthians, foram mantidas.
Os jogos em questão pelo lado do Corinthians são contra Bahia (2/10), Atlético-PR (9/10), Criciúma (20/10) e Santos (27/10). Já o Vasco deve cumprir contra Internacional (2/10), Fluminense (9/10), Goiás (16/10) e Coritiba (3/11).
- Quem sai fortalecida é a Justiça Desportiva. Temos um código que fala só em perda de mando de campo, então não poderíamos aplicar os portões fechados - comemorou o advogado do Corinthians, João Zanforlin.
O motivo da satisfação é que a decisão em primeira instância foi baseada em uma argumentação da procuradoria dizendo que as normas da Fifa neste caso excepcional poderia ser utilizada. A entidade máxima prevê o fechamento de portões como punição, mas este quesito foi retirado do Código Brasileiro de Justiça Desportiva em 2009.
Pelo lado do Vasco, que foi defendido pelo advogado Gustavo Pinheiro, houve ainda a presença do diretor técnico do clube, Ricardo Gomes, que foi saudado por todos os auditores e, ao fim, comemorou a retirada dos portões fechados.
- Seria impossível, no nosso momento, jogar com portões fechados. Seria o pior cenário. O apoio da nossa torcida será muito importante. Por isso vim aqui. O momento não é fácil, mas sem torcida seria impossível - disse Ricardo Gomes.
CLIMA QUENTE
Como o assunto era complexo, o julgamento foi tenso, especialmente com os embates entre os amigos Paulo Schmitt, procurador, e João Zanforlin, advogado do Timão. Zanforlin adotou um discurso ríspido e algumas vezes irônico. Schmitt rebateu na mesma moeda e a sessão chegou a ser interrompida. Mas após o veredicto, houve troca de abraços entre todos os envolvidos.