As mudanças no Comitê de Gestão do Santos vão além das entradas de cinco novos membros no colegiado. O modo como os assuntos serão debatidos e as decisões tomadas também serão diferentes com o presidente em exercício Odílio Rodrigues, que assumiu o cargo há duas semanas, após licença de Luis Alvaro Ribeiro.
A transformação mais sensível será a concentração de poder em Odílio. A fim de agilizar as decisões do clube, ele seguirá se consultando com os sete membros do Comitê, mas terá maior autonomia, sobretudo nas negociações do futebol, que exigem maior agilidade.
No passado, o modelo de administração alvinegro foi muito criticado com o argumento de que a lentidão do Comitê fazia o Peixe perder concorrências por reforços.
Outra novidade é o fim dos “espelhos”. Antes, cada membro da cúpula era responsável por uma área. Pedro Luiz Conceição, por exemplo, era o homem do futebol, enquanto Augusto Videira cuidava das categorias de base e Luciano Moita, do jurídico. Tal divisão já não vinha sendo praticada nos últimos tempos. Agora, haverá grupos dentro do Comitê que se encarregarão de determinados temas e levarão propostas e soluções para debate com os demais. Assim, alguns dirigentes cuidarão do projeto de um novo estádio, enquanto outros se dedicarão a questões do marketing, construção de um novo CT, entre outros assuntos.
As reuniões semanais da diretoria santista deixam de ser às quartas-feiras e passam para quinta, na Vila Belmiro. Porém, os cartolas – três de São Paulo e cinco da Baixada – se comunicam diariamente por email e telefone. Assunto não falta!
Bate bola com Francisco Cembranelli, membro do Comitê de Gestão do Santos
Como foi a primeira semana de trabalho no Comitê do Santos?
É um grande desafio. Realizamos apenas uma reunião, na qual tivemos um panorama geral da situação do clube e dividimos algumas tarefas. Mas é bom deixar claro que estamos seguindo o planejamento estratégico, que já havia sido definido pelos antigos membros.
Como funcionará a divisão por grupos dentro do Comitê?
Todo mundo discute sobre tudo e vamos deliberando, de modo que as decisões serão executadas pelos profissionais contratados. Os grupos servem para que alguns membros se aprofundem em determinados assuntos e agreguem conhecimento nas reuniões semanais.
Concorda que o Comitê deixa algumas decisões demoradas?
Estamos em um processo de profissionalização. Não adianta o Comitê decidir, fazer uma bela apresentação de slides no Conselho e não ser executado pelos gerentes.
Mas numa contratação de jogador, por exemplo, é diferente.
Sim. O trabalho precisa ser feito rapidamente, por isso sou favorável ao presidente ter autonomia, até porque está todo dia no clube.