Dia 01/03/2016
01:56
Compartilhar

Apesar da festa das famílias pela chegada dos sete torcedores ao Brasil, outros cinco ainda estão presos na penitenciária San Pedro, em Oruro (BOL). De acordo com Davi Gebara Neto, um dos advogados da Gaviões da Fiel, eles estão na mesma situação dos sete que, neste domingo, desembarcaram em São Paulo.

- Não dá para precisar um tempo exato, mas sairão em um futuro próximo. Estão todos na mesma situação. No entendimento da justiça boliviana, estão isentos de qualquer tipo de responsabilidade e não respondem mais por ação penal no território boliviano. É que a justiça boliviana analisa caso a caso, mas os 12 serão soltos. São inocentes e não sofrem processo criminal na Bolívia - garantiu.

O caso Kevin Espada, portanto, pode acabar sem que o verdadeiro autor seja penalizado. É o que explica Ricardo Cabral, que também trabalha para a torcida organizada. Segundo ele, o processo deve ser transferido para o Brasil após a soltura dos demais torcedores, mas isso não quer dizer o H.A.M, o menor que se apresentou à Vara da Infância e Juventude e disse ser o autor do disparo do sinalizador que teria acertado o jovem boliviano, seja punido:

– O Ministério Público boliviano aceitou o depoimento do menor como verossímil e o processo vem para o Brasil. Mas o menor pode nem ser processado no Brasil. O promotor boliviano não angariou provas que mostrem que aquele disparo do menor atingiu Kevin. Ele admitiu a autoria de um disparo, mas ninguém sabe se foi aquilo que levou ao óbito.

Corintianos soltos voltam ao Brasil

Portanto, além de conseguir a liberação dos cinco corintianos restantes, a defesa agora trabalha para que o adolescente seja inocentado:

– O processo foi muito falho desde o início. Os depoimentos foram conduzidos aleatoriamente, levando pessoas à delegacia e os prendendo. O processo já nasceu morto. Não se chegou ao autor e eles não vão conseguir mostrar a autoria – afirmou, citando que não há imagens que provem que o disparo feito pelo jovem tenha sido o mesmo que atingiu Kevin no rosto, em 20 de fevereiro, na cidade de Oruro.

Já em território brasileiro, os sete torcedores não devem pedir indenização pelo tempo de reclusão.

Siga o Lance! no Google News