Dia 01/03/2016
03:42
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No dia 19 de setembro de 2012, Gilson Kleina era anunciado como novo técnico do Palmeiras. Nesta terça, praticamente um ano depois, ele voltará a Florianópolis, cidade na qual estreou (ante o Figueirense), para enfrentar o Avaí, às 21h50.

Desde aquele dia, o treinador não foi capaz de salvar o time da queda para a Série B e teve insucessos em outros torneios, como Copa do Brasil, Libertadores e Paulista, todos neste ano. Mas por outro lado conseguiu reformular a equipe, montar uma base e está muito perto do principal objetivo de 2013: ruma tranquilamente para o acesso à Série A.

Mesmo assim, a situação para o próximo ano segue indefinida. Até agora, não houve conversas para renovação do contrato, que acabará em dezembro. Mas Kleina não tem dúvidas: sonha em permanecer para conquistar títulos pelo Alviverde.

– Não teve nenhuma conversa ainda. Meu compromisso é até o final do ano, quero cumprir da melhor forma, fazer de tudo para resgatar o orgulho do palmeirense. Claro que eu sonho em ficar aqui. Quero ser vencedor com o Palmeiras, não só passar por aqui – disse, ao LANCE!Net.

O futuro do comando alviverde ainda é uma incógnita. Se por um lado Luxemburgo é cogitado, segundo o L!Net apurou parte da diretoria também é a favor da permanência do atual técnico, visto como um cara sério e que conseguiu reerguer o elenco após a eliminação na Copa do Brasil. A questão é convencer Paulo Nobre. A falta de opções no mercado também pesa a favor dele.

Kleina acredita que o trabalho realizado por ele o credencia para permanecer em 2014. E projeta um ano de alegrias para o centenário.

– Não quero só fazer uma renovação. Se conseguirmos fazer um plano paralelo para reforçar a equipe, qualificar, reestruturar, para entrar em 2014 para brigar por títulos, é o que eu quero. Tudo conspira para 2014 ser um ano maravilhoso para o Palmeiras. O grupo é ótimo e a direção dará todo suporte – completou.


Números

O Verdão foi comandado por Gilson Kleina desde que o técnico chegou ao clube em 66 jogos. Seu retrospecto é de 32 vitórias, 15 empates e 19 derrotas até agora. O aproveitamento do comandante é de quase 57%.

O Palmeiras marcou 101 gols durante a era Kleina. A maioria deles aconteceu durante a Série B: foram 46. Sua defesa, em compensação, foi vazada em 75 oportunidades desde que o técnico estreou há um ano.


Confira entrevista exclusiva com Gilson Kleina:

LANCE!Net: Qual o balanço que você faz desse um ano no Palmeiras?

GILSON KLEINA: Uma retrospectiva muito valiosa. Dimensionou muito minha carreira, evoluí demais na parte profissional e na pessoal. Cada dia que passo dentro do Palmeiras entendo como é lidar em uma megaempresa como essa. Amadureci muito, em todos os sentidos, tive chance de ter um aprendizado enorme. Hoje tenho um jeito de direcionar as coisas bem diferente do que eu pensava. A evolução é nítida e notória na minha vida. No Palmeiras tenho de estar preparado para tudo.

L!Net: Quando você chegou, o que imaginava para si um ano depois?

GK: Sempre há a esperança de alcançar os objetivos quando se chega, e naquela época era fugir do rebaixamento. Não aconteceu e serviu de amadurecimento. Aprendi no Palmeiras a solucionar os problemas. Não vamos enaltecer o que é ruim, perder tempo com o que não se resolve. Consegui com o grupo focar na solução. Pensando do começo até agora, conseguimos muitas coisas, tudo por causa de muito trabalho. Montamos um grupo muito comprometido, que briga por objetivos.

L!Net: Sentiu-se ameaçado após a eliminação na Copa do Brasil?

GK: Em nenhum momento o presidente falou em demissão. Ele quer o melhor do clube e isso passa pela cobrança que fez. Perdemos para um time que estava em grande fase e poderíamos ter vencido. A chamada do presidente é importante, nos reunimos e nunca falou em demissão.

L!Net: Mudou muito o lado pessoal?

GK: Você passa a ser uma pessoa conhecida, a mídia que o Palmeiras traz é algo muito forte. Me reservei mais com a família. Não era de sair, mas a exposição é grande, a imagem tem de ser preservada, a postura também. Meu tempo ficou muito menor para tudo. O pouco que tenho, tento dar para a família. O que não tenho fico no Palmeiras.

L!Net: Começou a ouvir muita reclamação em casa pela falta de tempo?

GK: (Risos) Minha filha tem cinco anos, quando ela fala sei que é do coração. Um dia ela disse “papai, você não acabou de chegar de viagem, está saindo por quê?”. Eu tive de explicar, que temos jogos próximos. A esposa entende. É o preço que se paga, mas tem o lado bom.

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