Para conquistar o seu 20 título estadual, o terceiro consecutivo, o Santos aposta na manutenção da base da equipe que faturou o Paulistão e a Libertadores ano passado e deposita esperanças em seu grande astro: Neymar.
Diferentemente de seus rivais, o Peixe não fez nem deve fazer muitas contratações nesta janela de transferências (veja mais na página 20). Como não teve grandes perdas (dos titulares, apenas Danilo saiu), o entrosamento do time alvinegro pode ser um diferencial para o clube faturar o SP-12 e “encostar” ainda mais no Trio de Ferro.
Grande paulista com menos títulos estaduais, o Peixe intensificou a “perseguição” a seus rivais neste século. Nos anos 2000, ninguém venceu o torneio mais vezes que a equipe da Vila Belmiro, que levantou a taça quatro vezes (2006, 07, 10 e 11).
Se vencer novamente este ano, o Santos irá “colar” no rival São Paulo, que tem 21 títulos paulistas.
Contudo, além de grandes equipes, o Peixe terá de enfrentar o calendário para faturar o SP-12. Além de voltar de férias muito depois de seus adversários, o time dividirá suas atenções com a Libertadores.
Por isso, em muitos jogos da primeira fase, o técnico Muricy Ramalho deve optar por utilizar os reservas ou formar um time misto.
Quem ganha com isso são os jogadores mais jovens do elenco e alguns atletas que ainda não conseguiram brilhar na Vila Belmiro, casos de Ibson e Rentería.
Se for campeão, o Santos conseguirá o tri estadual pela terceira vez em sua história. As outras foram entre 60 e 62 e 67 e 69.
Vaivém do Peixe em 2012
TIME BASE
Rafael; Fucile, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Henrique, Elano e Ganso; Neymar e Borges. Técnico: Muricy Ramalho.
QUEM CHEGA
Jorge Fucile (LD, Porto-POR)
QUEM PODE CHEGAR
Juan (LE, São Paulo), Alex Silva (Z, Flamengo), Pablo Mouche (A, Boca Juniors-ARG), Gerson Magrão (LE)
QUEM SAI
Danilo (LD, Porto), Eder Lima (LE, Oeste), Leandro Silva (LD), Rodrigo Mancha (V) e Rodrigo Possebon (V), Bruno Aguiar (Z, Sport)
QUEM PODE SAIR
Fábio Costa (G) e Pará (LD, Atlético-MG e Internacional).
VOLTA DE EMPRÉSTIMO
Tiago Luís (A, Ponte Preta), R. Caldeira (Z, ABC), Felipe (G, Avaí) e Maranhão (LD, Coritiba).
Opinião: Alessandro Abate, editor do LANCE!
Entra ano e sai ano o mesmo papinho é usado no início do Paulistão Chevrolet: time que está na Santander Libertadores não vai priorizar a competição estadual e poupará seus principais jogadores. O Santos faz isso com inteligência no início desta temporada esticando as merecidas férias de suas estrelas, mas não quer dizer que o Alvinegro não vai brigar pelo título na reta final da competição.
Como a primeira fase não vale nada, fácil demais com oito classificados, o auxiliar Tatá está preparando uma equipe com reservas buscando mais espaço no clube e revelações da base, que a pedido do presidente Luis Alvaro Oliveira receberão um olhar mais carinhoso de Muricy Ramalho.
Quando o campeonato afunilar, o fominha Neymar e sua trupe não vão querer ficar de fora com a possibilidade de conquistarem o tricampeonato consecutivo. Vide o ano passado, quando o Peixe não abriu mão do Estadual nem quando vivia situação delicadíssima na Libertadores. No fim, faturou os dois canecos.
A diretoria demorou para começar a contratar – ressaca do Mundial de Clubes em dezembro – e o entrosamento de quem chega deve estar tinindo apenas nos jogos mais decisivos. Mesmo com a base mantida, o Peixe pode sofrer uma mudança significativa em sua formação: Muricy já flerta com o 3-5-2, seu preferido.
A zaga não foi renovada e vai continuar sofrendo com a lentidão, talvez por isso seja necessário mais um homem para garantir a sobra. No meio-de-campo segue a expectativa se Elano e Ibson vão subir de produção – para superar o que apresentaram no ano passado não precisa muito. Ganso também não é mais unanimidade e busca redenção.
No ataque o ponto forte, sempre nas mãos, ou melhor, nos pés de Neymar, com gols de Borges