O vice-presidente de futebol do Palmeiras, Roberto Frizzo, não pretende entregar o cargo. Mesmo após ter sido ameaçado por torcedores durante o Dérbi e ter seu restaurante (Frevinho) depredado na noite do último domingo, o dirigente acredita que ainda pode ser útil ao clube nesse momento.
– Não pensei em nada disso. Vamos fazer o trabalho. O cargo de vice é escolhido na eleição. Já o lugar no futebol é da presidência. Se o presidente achar que tem de mudar, muda. Não vou deixar o grupo, nem o presidente nessa hora. O que for necessário fazer pelo clube, vamos fazer – afirmou o vice, ao LANCENET!.
Nos últimos dias, o presidente Arnaldo Tirone ouviu de pessoas próximas que o mais prudente seria a saída de Frizzo. A ideia é não bater de frente com a torcida. Mesmo assim, o mandatário palmeirense dá a entender que ainda vai manter o aliado político no cargo.
– Frizzo é vice. É o momento de todos ficarem unidos e de tentarmos tirar o Palmeiras dessa situação. Temos de ficar com a cabeça fria. A gente entende a revolta da torcida. Mas a direção não pode se desesperar. Tem de agir – disse Tirone.
Mesmo após os atos de violência e vandalismo, o vice de futebol não pensa em aumentar sua segurança.
– Sou tranquilo. Pela experiência, quando a vida me dá um limão, faço uma limonada. Se tenho saúde, está tudo bem. Não tenho de me esconder de ninguém – declarou o dirigente.
– Se eu em algum momento me sentir constrangido ou sem condições de fazer o trabalho, aí é melhor deixar outro fazer – completou.
Para manter evitar a exposição de atletas na capital após as ameaças, a diretoria optou por um refúgio. Na noite de terça-feira, o grupo viajou para Itu, onde fica concentrado. Na sexta, o elenco viaja para Florianópolis, onde sábado encara o Figueirense, pelo Brasileirão.
Não foi só no restaurante...:
Invasão
Após ser xingado por torcedores enquanto estava no setor de numerada coberta no Dérbi, domingo passado, Roberto Frizzo foi para o camarote. Lá, estava o presidente Arnaldo Tirone. Nos fim do jogo, torcedores tentaram invadir o local. Foram contidos por seguranças do clube e alguns policiais militares.
Pichação
Ainda na noite de domingo, torcedores picharam a porta da loja oficial do clube, na Rua Turiassu, com o recado: “Acabou a paz, vagabundos”. A porta só foi pintada no dia seguinte. Durante o Dérbi, no Pacaembu, palmeirenses de uniformizadas já tinham feito algumas ameaças com gritos de protesto.