Dia 01/03/2016
01:14
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As rusgas entre Corinthians e a família do garoto Kevin Beltrán Espada continuam. O pai, Limbert, revelou que o clube voltou a procurá-lo, no fim de junho, alegando que a "economia estava diferente" para baixar a ajuda de custo.

Como revelou o LANCE!Net no início de abril, a família de Kevin chegou a recusar os US$ 200 mil (cerca de R$ 400 mil) iniciais. Antes da primeira decisão da Recopa, no dia 3 de julho, o Corinthians tornou público o acordo em US$ 50 mil.

- Me procuraram dizendo que dariam a ajuda, mas que os tempos tinham mudado, que a economia estava diferente e que não seriam mais 200 mil dólares, mas 50 mil. Era pegar ou largar. Não entendi, mas aceitamos. Outras pessoas queriam que eu assinasse um documento que reconhecesse que os 12 presos eram inocentes e mediante isso as famílias dos presos dariam 30 mil dólares. Não aceitamos. Também disseram que o Brasil viria jogar aqui pelo meu filho. O presidente da federação boliviana (Carlos Alberto Chávez Landívar) falou que não. No final, uma semana depois da partida, o presidente disse que uma parte da renda seria repassada a minha família. Até agora não vi nada - disse o pai, em entrevista ao site da "Espn".

No Brasil, os envolvidos consideram o desfecho do caso como positivo depois que os cinco torcedores foram soltos da Penitenciária de San Pedro, em Oruro. Os corintianos chegaram no último fim de semana. Outros sete já haviam sido soltos no início de junho.

Limbert, porém, ainda não consegue aceitar a versão de que todos os 12 corintianos que ficaram presos em Oruro são inocentes. Em fevereiro, o menor H.A.M. de 17 anos chegou a declarar-se culpado em depoimento à Vara da Infância e da Juventude de Guarulhos. Como cometeu o crime como menor de idade, não poderia ser extraditado para a Bolívia.

No dia 20 de fevereiro deste ano, Kevin morreu ao ser atingido por um sinalizador naval, disparado pelo torcedor corintiano. A tragédia ocorreu durante San José x Corinthians, pela fase de grupos da Copa Libertadores.

- Estamos decepcionados, totalmente decepcionados. Ficamos impotentes, com sensação de que não se fez justiça correta. Obviamente todos sabem, é de conhecimento público como pressionaram a Bolívia. Teve o ministério de Justiça do Brasil, embaixada e políticos que advogaram pelos presos. No final parece que não importou a morte do meu filho, quando deveriam fazer uma investigação correta. Tentaram libertar os 12 de todo jeito. Por que libertaram os 12 agora se a partir dessa primeira investigação não fizeram nada, porque mantiveram os últimos cinco presos? Imagina que eu vá ao seu país e mate uma pessoa, acidentalmente ou não. Não há nenhum culpado, não fazem nada. Os organizadores da Copa Libertadores também não fazem nada. Cobraram uma multa de cada clube - 200 mil dólares do Corinthians e 10 mil dólares do San Jose - e pronto. Ficaram tranquilos. Não querem saber da situação da família - reclamou Limbert.

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