Apresentação de argentino Luque - Internacional (Foto: Eduardo Moura/ LANCE!Press)
Vestimenta azul não pega bem em capela comandada por colorado. Nem mesmo na santa. Por isso, o padre Leandro Miguel Chiarello tratou de pedir a "melhoria" no processo de restauração da imagem. Ele comanda a capela de Nossa Senhora da Vitória, localizada no Beira-Rio. Apesar de concordar que a escolha da padroeira é mais do que apropriada para um time que almeja grandes - e muitos - títulos, lembra que o batismo tem contexto histórico que passa longe das motivações futebolísticas.
- É uma das denominações dadas a Nossa Senhora, no ato da vitória dos cristãos sobre os muçulmanos no ano de 1571, na Batalha de Lepanto - conta o capelão do Internacional, no cargo há 22 anos.
> E você, tem alguma história de fanatismo #PELOFUTEBOL?
Conta pra gente no e-mail pelofutebol@lancenet.com.br, sua história pode aparecer aqui!
Na igreja, reza missa, faz casamentos, realiza batizados, atende aos fiéis. Tudo isso em horários diferentes aos dos jogos do Colorado. Senão, recorre ao radinho de pilha, mesmo que no confessionário.
- O Inter tem uma comunidade cristã bem articulada, que faz parte da história do clube. No Grêmio, não há nada nem parecido com o que temos aqui. É impressionante - observa ele, jurando que o comentário não tem um quê de alfinetada, apesar da rivalidade entre os times:
- Procuro não misturar uma coisa com outra. Deus não torce por um e deixa de escutar o outro. Isso não existe. Já vi e soube de muita promessa de torcedor, é coisa que acontece mesmo e é natural. Mas não tomo participação.
Com dois de Wellington Paulista, Inter vence Chapecoense
Se colocado em situação que pode culminar um embate de torcidas, Chiarello media possíveis tensões.
- Num batizado, dois padrinhos vieram com a camisa do Grêmio. Torcedores organizados chegaram a ensaiar um tumulto, mas nós conversamos e não permitimos. O bonito é justamente promover a tolerância - pondera ele, que confessa não terem sido raras as situações em que fez a pregação com o uniforme do time sob a batina.
Foi ele, inclusive, o responsável pela bênção concedida pelo arcebispo de Porto Alegre, Dom Jaime Spengler, ao novo estádio do Inter:
- Ele também é colorado e a direção do clube não admitiu que a bola rolasse antes da bênção. Respeitamos essa vontade para começarmos bem essa nova fase do clube - lembra.