Dia 27/10/2015
23:44
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A cada não, um pretexto diferente. E depois da terceira negativa em uma semana o Flamengo conseguiu mais uma justificativa. Agora quem recusou o clube foi Riquelme e, na versão rubro-negra, por questões futebolísticas. O novo motivo apresentado por Zinho em coletiva, metaforicamente, escancara a realidade de um grupo que carece de qualidade.

Constatação que forçou o clube, desesperadamente, a ir atrás de Román. Claro que esse não foi o único motivo que fez com que toda a cúpula de futebol se reunisse na tarde de quarta-feira em caráter de emergência na Gávea.

Riquelme rejeita proposta do Flamengo

Aliada a essa fragilidade do elenco, havia a pressão pelo acerto com um camisa 10 tarimbado. Na terça-feira, a discussão sobre o custo/benefício do argentino ainda alimentava dúvidas de quem era contra a chegada do jogador. E Zinho, que queria Diego, era um dos que não defendia a contratação.

No dia seguinte, porém, ele recebeu um telefonema de Fabiano Farah. O empresário, amigo do agente de Riquelme, já tinha conversas com o diretor anterior à negativa do Wolfsburg (ALE) por Diego. Naquele momento, entretanto, Zinho avisou para Farah não avançar por Román.

O telefonema serviu para que o dirigente informasse ao intermediário que o clube estava disposto a pagar cerca de R$ 500 mil mensais por Riquelme. André Galdeano, advogado do Fla, já havia elaborado o contrato para Riquelme assinar.

Riquelme, porém, estava na mira de outros clubes, entre eles o Cruzeiro. Quarta-feira, no fim da manhã, o clube já havia feito um contato diretamente com o empresário de Riquelme, Daniel Bolotnicoff. E a sensação dos mineiros é de que havia um leilão por Román.

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CONFLITOS NO DISCURSO DE ZINHO

RIQUELME

Viagem por Riquelme
"Michel Levy (vice de finanças) só ajuda. Quem decide sobre contratações somos eu e o Coutinho (vice de futebol). Se ele foi lá fazer isso terá que me dar explicações. Isso é muito grave"

Agora negociava
"Eu que estava conversando com o jogador. No Flamengo, é impossível fazer só você e os representantes. Não é que eu não queria o Riquelme. Não era isso. A prioridade era o Diego"

Negativa de Riquelme
"Ele viu o jogo de quarta, que o deixou muito inseguro. Disse que não aceitou por questões futebolísticas, pressão, cobrança... O atleta está em um nível em que não quis aceitar o desafio. A questão da rescisão com o Boca pesou"

JUAN

Elenco fechado?
O diretor de futebol negociava com Juan em sigilo e somente no fim a informação vazou. O dirigente chegou a dizer que a vinda de um camisa 10 fechava as contratações.

Procura desde o início
Depois que veio à tona, Zinho revelou que negociava com Juan desde iniciou o trabalho na direção de futebol do Fla

Decepção com negativa
"Eu mesmo negociei com ele. Acho que agora ele tem que pensar no Internacional, que é o clube dele. Uma das prioridades minhas era o Juan, seria um líder ali na defesa, mas infelizmente a proposta não agradou a ele. Vida que segue"

DIEGO

Desconversou
Inicialmente, o diretor de futebol não quis admitir a negociação com o Diego. Para não atrapalhar o negócio, preferiu desconversar.

Admitiu
"O Diego falou na minha cara que quer jogar no Flamengo. Eu me reuni com o jogador. Ele quer vir, tem o sonho de jogar no Flamengo e é um sonho meu que ele venha para o clube"

Proposta recusada
Por intermédio da assessoria de imprensa do clube, Zinho informou que o Wolfsburg rejeitou a proposta feita pelo Flamengo para trazer Diego.

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COM A PALAVRA
Eduardo Mendes, setorista do Flamengo

"Diretor do Flamengo cedeu à presão pelo camisa 10"

"Zinho relutou contra as investidas do intermediário da operação por Riquelme, mas acabou cedendo depois de tanta pressão pelo tal camisa 10.

Logo depois da negativa do Wolfsburg por Diego, Fabiano Farah entrou no circuito. Amigo de Daniel Bolotnicoff, o agente tinha em mente uma viagem com Zinho até a Argentina no sábado, 14 de julho, para abrir negociações.

Naquele dia, porém, depois que o clube já havia escutado um não dos alemães, o dirigente participou de um encontro de ex-jogadores que atuaram pelo Flamengo em 1992, pela manhã, e depois embarcou para Salvador, onde o grupo já estava concentrado para encarar o Bahia.

Enquanto isso, na Argentina desde sexta-feira, Michel Levy, acompanhado do filho, embarcava de Buenos Aires para Bariloche, em férias. A viagem do vice de finanças, por sua vez, não tinha previsto encontro algum com Riquelme.

Toda a negociação foi feita diretamente do Brasil com Fabiano Farah como intermediário.

O curioso é que os principais defensores da contratação do meia argentino não estiveram diretamente envolvidos nas conversas. Paulo Cesar Coutinho, vice de futebol, e Walter Oaquim, vice de relações exteriores, defenderam bandeira levantada há algumas semanas por Fernando Sihman, marido de Patricia Amorim. A mandatária, por sua vez, apoiava as investidas por Diego."

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