Famoso por chamar a atenção dentro e fora dos gramados, Daniel Alves foi convocado às pressas para disputar a Copa América. Sem muito alarde, o vitorioso e estiloso lateral-direito do Barcelona (ESP) substituiu Danilo, cortado de última hora por causa de uma grave lesão no tornozelo direito, e se juntou ao elenco um dia antes do embarque para o Chile.
Em pouco menos de 48 horas de “integração”, ele recuperou a confiança de Dunga, que o havia ignorado depois do vexame na Copa do Mundo do ano passado, e desbancou o jovem Fabinho, até então reserva imediato no setor, na disputa por uma vaga no time. Estreou diante do Peru, em Temuco, deu uma assistência para Neymar e terminou a partida como um dos melhores jogadores em campo na vitória por 2 a 1.
Uma volta por cima digna de uma novela dramática. Novela, aliás, que tem mais um capítulo neste sábado, às 18h30, diante do Paraguai, no Estádio Ester Roa Rebolledo, em Concepción, em confronto válido pelas quartas de final. Neste episódio decisivo, Daniel Alves vive a expectativa de repetir a regularidade da primeira fase e garantir o Brasil na semifinal.
A titularidade imediata, porém nada supreendente de Daniel Alves é reflexo de uma carreira invejável. Aos 32 anos, o veterano lateral-direito é o atleta com mais títulos oficiais entre os 276 convocados pelas 12 seleções participantes da Copa América deste ano. Ele tem 28 grandes taças contra, por exemplo, 25 do Messi, 19 de Tevez, 14 de Roque Santa Cruz, 12 de Falcao García, 11 de Alexis Sánchez, nove de Cavani e sete de Guerrero. No elenco brasileiro, Robinho é o que mais se aproxima dele: 15.
Se não bastasse um currículo recheado de conquistas importantes, o novo velho camisa 2 da Seleção Brasileira vem de uma sequência maravilhosa no futebol europeu. Novamente em grande fase, ele ajudou o Barça a erguer os canecos do Campeonato Espanhol, da Copa do Rei e da Liga dos Campeões. Por fim, chutou para longe a polêmica com os dirigentes catalães e renovou contrato com a equipe até junho de 2017.
Mas quem disse que acabou? Calma que pode ter mais. Um eventual título da edição de 2015 da Copa América, competição que o lateral já teve o gosto de ganhar em 2007, na Venezuela (final contra a Argentina), seria o capítulo final ideal de uma temporada perfeita.
OS 28 GRANDES TÍTULOS DE DANIEL ALVES
Bahia - Copa do Nordeste (2002)
Sevilla (ESP) - Liga Europa (2005/06 e 2006/07), Supercopa Europeia (2006), Copa do Rei (2006/07) e Supercopa da Espanha (2007)
Barcelona (ESP) - Campeonato Espanhol (2008/09, 2009/10, 2010/11, 2012/13 e 2014/15), Copa do Rei (2008/09, 2011/12 e 2014/15), Liga dos Campeões (2008/09, 2010/11 e 2014/15), Supercopa da Espanha (2009, 2010, 2011 e 2013), Supercopa Europeia (2009 e 2001) e Mundial de Clubes (2009 e 2011)
Seleção Brasileira - Copa América (2007) e Copa das Confederações (2009 e 20013)
TÍTULOS DOS PRINCIPAIS JOGADORES DA FASE FINAL DA COPA AMÉRICA
Argentina - Lionel Messi (25 títulos), Carlitos Tevez (19 títulos) e Mascherano (16 títulos)
Bolívia - Marcelo Moreno (nove títulos), Pablo Escobar (dois títulos) e Chumacero (um título)
Brasil - Daniel Alves (28 títulos), Robinho (15 títulos) e Thiago Silva (10 títulos)
Chile - Alexis Sánchez (11 títulos), Arturo Vidal (nove títulos) e Valdivia (sete títulos)
Colômbia - Falcao García (12 títulos), James Rodríguez (12 títulos) e Cuadrado (dois títulos)
Paraguai - Roque Santa Cruz (14 títulos), Lucas Barrios (seis títulos) e Nestor Ortigoza (três títulos)
Peru - Claudio Pizarro (17 títulos), Jefferson Farfán (10 títulos) e Guerrero (sete títulos)
Uruguai - Maxi Pereira (10 títulos), Edinson Cavani (nove títulos) e Godín (seis títulos)