Dia 21/10/2015
15:46
Compartilhar

Em estado grave na cama de um hospital em Yokkaichi, no Japão, o piloto francês Jules Bianchi, de 25 anos, protagonizou o acidente mais impressionante desde que o brasileiro Ayrton Senna morreu ao volante de uma Williams-Renault, em 1994, na disputa do Grande Prêmio de San Marino.

A batida sofrida ao comando da Marussia no último domingo, quando seu carro saiu da pista e chocou-se contra um guindaste que retirava o carro do alemão Adrian Sutil de uma área de escape no circuito de Suzuka, abalou a trajetória de um piloto promissor, de família rica e apontado como o próximo grande campeão francês.

Nascido na cidade Côte d'Azur de Nice, em 1989, Jules cresceu em família originária de Milão, mas que deixou a Itália em 1950, antes de migrar para a Bélgica, e depois retornou à França.

E o que não faltou foi tradição no automobilismo. Seu avô Mauro era um motorista de renome da Fórmula-3 e um dos grandes astros do automobilismo na década de 1960. Já seu tio-avô Lucien, ex-piloto que participou de 17 corridas de Fórmula-1, terminou em terceiro lugar no Grande Prêmio de Mônaco, em 1968, e venceu o a Le Mans 24 horas.

Neste último circuito, porém, ao volante de um Alfa Romeo, Lucien bateu durante os treinamentos para o evento no no ano de 1969 e morreu aos 34 anos. Seu veículo explodiu em chamas.

Pai de Jules, Philippe, que hoje acompanha o filho com a mãe Christine, era um especialista em corridas de kart e apresentou a modalidade à jovem promessa na pista Brignoles, na região de Var.

Jules Bianchi entrou para a Ferrari Academy, em 2009, antes de uma passagem pela Fórmula 3 e depois de duas temporadas na GP2, onde terminou em terceiro no campeonato nos anos de 2010 e 2011.

Diante da ascensão, a Marussia reconheceu o potencial de Bianchi e entregou ao piloto um carro para a temporada 2013. Na escuderia, ele superou o companheiro de equipe Max Chilton em toda a temporada, com um 13º lugar na Malásia, logo em seu segundo GP.

A ascensão de Jules estava em pleno curso até o último domingo. Tanto que ele garantiu estar preparado para assumir um dos dois carros da Ferrari, equipe que admitiu o interesse em contar com o piloto no futuro.

– Sinto que estou pronto e tenho trabalhado para isso desde que entrei na Ferrari. Tenho uma boa experiência e me sinto preparado – disse Bianchi, na conferência de imprensa em Suzuka, antes da corrida.

– É claro que, neste momento, os dois pilotos (Alonso e Raikkonen) têm contratos e, por isso, não há chance. Mas se a oportunidade surgir, acho que será bom para mim.

Esta não foi a primeira tragédia vivida por Bianchi. No ano passado, ele ficou inconsciente em um acidente em alta velocidade quando colidiu com um veículo de recuperação na pista escorregadia do mesmo circuito de Suzuka. Mas nada comparado ao drama que vive hoje. No momento, o mundo da Fórmula 1 só espera por dias melhores para Bianchi.

Siga o Lance! no Google News