Dia 27/10/2015
22:42
Compartilhar

Ficou para trás o tempo em que perguntar a um jogador dos juniores do Vasco para qual time torcia era redundante. No rastro da nova filosofia de trabalho do clube nas categorias de base, não há apenas os títulos conquistados em sequência e a boa campanha no Brasileiro Sub-23. Do grupo que pode enfrentar o Internacional, quarta-feira, pela semifinal, e que tem atuado exclusivamente na competição, apenas o lateral-direito Ari tem mais de um ano de São Januário.

Somente em 2010, foram cerca de 35 jogadores prospectados em todo o Brasil, para todas as categorias, desde o pré-mirim até os juniores. Aos poucos, o romantismo do menino crescido na Colina, como foi com Felipe e Pedrinho, Alex Teixeira e Philippe Coutinho, vem sendo substituído pelo profissionalismo dos que são contratados com o pensamento de, no Vasco, encontrarem o caminho mais rápido e seguro para chegar ao time principal.

Felipe busca quebrar tabu no Barradão


Atualmente, o velho e o novo se encontram no clube. Willen, com passagens por todas as Seleções de base ao lado de Coutinho, hoje na Internazionale (ITA), foi utilizado por Dorival Júnior na Série B , mas não foi relacionado nem para o Brasileiro Sub-23. Lipe, contratado ano passado depois de passagem pela base do Grêmio, treinou com Vagner Mancini no começo do ano e faz parte do grupo que vai pegar o Colorado no Beira-Rio.

– Nosso objetivo é ter o jogador em condição de chegar ao profissional. Conhecemos o mercado, abrimos uma gama de pessoas, são vários parceiros, empresários, clubes, centro de treinamento. Contratamos para as posições carentes – disse Juarez Fischer, coordenador do setor de avaliação e captação das categorias de base do Vasco.



Jovens como Felipe se tornaram raros na base da Colina


Novo modelo é menos rentável

Há prós e contras na contratação de jogadores mais velhos, em condições de fazerem parte logo de saída do grupo de juniores. Os gastos com eles é menor e a tendência, por ser mais velho, é de que ele atinja a maturidade rapidamente.

Por outro lado, ao vender tal jogador, o Vasco lucrará menos. Quanto mais cedo o jovem for do clube, maior tende a ser a parcela do Vasco nos seus direitos.Umexemplo é Rômulo. Hoje no profissional, o volante foi contratado em 2009 para os juniores e tem os direitos divididos entre Vasco e Porto (PE).


´Ilegítmos`, mas vencedores

Desde 2009 o Vasco tem se mostrado arrasador nas categorias de base. Em pouco mais de um ano, o clube pode levantar o terceiro título disputado em sequência.

Em 2009, venceu o OPG, torneio que não conquistava desde 1998. Este ano, levantou o Carioca Sub-23 depois de nove anos e é o único time carioca classificado para a semifinal do Brasileiro da categoria.


BATE-BOLA

Juarez Fischer (Coordenador do setor de avaliação e captação)

1 Como é o seu trabalho de busca de jogadores?

Eu fui contratado pelo Rodrigo Caetano em dezembro de 2009. O trabalho do setor é feito por quatro pessoas: eu, o Wilsinho, o Sidney (ambos ex-jogadores do clube) e o Gaúcho (atual técnico do time sub-23 do Vasco). Estamos sempre observando os atletas com potencial para fortalecer a base do Vasco.

2 A oferta de jogadores para o clube é muito grande?

Aprocura émuito grande.Recebemos muito material do Nordeste, do Sul. Analisamos caso a caso e então enviamos um representante para observar o jogador pessoalmente.

3 Para o Vasco, qual é a idade melhor para trazer o garoto?

Quanto mais novo, melhor. Ele tem mais tempo para se identificar, se adaptar. Procuramos cobrir sempre as posições carentes.




Siga o Lance! no Google News