Dia 27/10/2015
18:45
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Jimmy Vasser não nasceu no Brasil e esteve poucas vezes no país. Ainda assim, ele pode ser considerado um salvador da pátria. Não fosse por ele, talvez os amigos Tony Kanaan e Rubens Barrichello pudessem estar a pé hoje. Porém, graças a este americano de 46 anos, co-proprietário da KV Racing, os brasileiros alinharão no grid de Saint Petersburg, como companheiros de equipe.

No começo de 2011, após não ter seu contrato renovado pela Andretti Autosport, Tony tinha tudo acertado para correr pela De Ferran Dragon Racing, depois de dias de incerteza quanto ao seu futuro. A equipe, entretanto, não conseguiu se organizar financeiramente,e em março, às vésperas do início da temporada, o baiano se viu sem um carro para competir.

Foi aí que Vasser apareceu e abriu a possibilidade para Tony ser o terceiro piloto da KV, juntando-se ao venezuelano EJ Viso e ao japonês Takuma Sato. Sem fazer nenhum teste, ele estreou em seu novo time com uma terceira posição em St.Petersburg. No campeonato, finalizou no quinto lugar.

- Não pude acreditar que o Tony estava disponível. Foi uma oportunidade incrível que surgiu e as coisas deram muito certo - afirmou Vasser em entrevista ao LANCE!.

Com Barrichello, a situação foi praticamente idêntica. Depois de não ter o contrato renovado pela Williams na Fórmula 1, Rubinho caminhava para um ano sábatico no automobilismo, quando recebeu de Vasser a chance de fazer alguns testes com o carro da KV.

A experiência deu tão certo, que pouco mais de um mês depois da primeira atividade, em Sebring, ele foi anunciado pela equipe.

- Não houve nenhuma negociação. O Tony disse que ele gostaria de fazer um teste e eu e meu parceiro (Kevin Kalkhoven) concordamos. Ainda que ele não pudesse correr a temporada, já nos ajudaria muito no desenvolvimento do carro. Ele poderia nos apresentar grandes soluções, pois estava acostumado a ter um carro novo a cada ano na Fórmula 1. Para mim, é uma honra tê-lo aqui - disse Vasser, campeão da Indy em 1996.


Bate-bola - Jimmy Vasser - Em entrevista exclusiva LANCE! antes dos treinos oficiais

LANCE! - Você se vê como um verdadeiro salvador dos brasileiros?
JV - Não sei se sou um salvador (risos). Os brasileiros estão ajudando a elevar o nível da equipe. Além disso, estão
contribuindo para desenvolver uma boa parceria com a Chevrolet da América do Sul e com outras companhias do continente.

LANCE! - O Tony já está há um ano no time. Como é a sua relação com ele?
JV - Conheço o Tony desde a época em que eu corria. Ele é um grande amigo, um grande cara. É esforçado,quer sempre o
melhor. Por isso trouxe seu mecânico, seu engenheiro.

LANCE! - Falando sobre o Rubens. O que esperar dele para este ano?
JV - Eu odeio dizer, mas há muita pressão. O Rubens está aqui para ganhar, ele espera isso. Ele não veio para a IndyCar
apenas para se divertir.

LANCE! - Por ser um time tão brasileiro, vai preparar algum carro especial para a prova em São Paulo?
JV - Quando desenhei o carro do Tony (verde e amarelo), me inspirei na camisa da Seleção de futebol. Mas não faremos nada
de especial para a prova em São Paulo.

LANCE! - Está aprendendo palavras em português para falar com eles?
JV - Eles só me ensinam palavrões (risos). Mas com eles perto, espero conhecer mais mulheres brasileiras.


A carreira de Jimmy Vasser

O início
Sua primeira aparição numa categoria de monopostos nos EUA foi a Indy Lights. A estreia foi em 1988, quando tinha 23 anos. Participou de só uma prova naquele ano. Na temporada seguinte, fez também uma prova e foi o oitavo. Estreou na Indy em 1992.

O crescimento e o auge
Na estreia na Indy, correu pela equipe Hayhoe e somou só oito pontos, além de ter tido forte batida em Indianápolis. Nos anos seguintes, melhorou os resultados e, em 1996, já na Chip Ganassi, foi campeão. Venceu quatro das 16 provas e bateu feras como Michael Andretti e Al Unser Jr.

Dono de equipe
Ao mesmo tempo em que competia, se aventurou no mundo empresarial e adquiriu parte da PKV Racing, atualmente KV Racing, em 2004. Neste mesmo ano, quebrou o recorde de largadas na Champ Car. Em 2008, já na IndyCar fez sua última corrida.

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