O Internacional, time que levou o Campeonato Gaúcho com sobras, está nas quartas de final da Copa do Brasil e foi derrotado apenas cinco vezes em 2013, é, ao mesmo tempo, o time que mais empatou no Brasileirão (são dez igualdades) e, como consequência, não consegue justificar a condição de um dos favoritos. São 12 pontos a menos que o líder Cruzeiro na tabela. Esse Inter venceu o Criciúma domingo, mas segue devendo um futebol melhor. Chegou a hora de embalar de vez?
O empate diante do Vitória, na última quinta-feira, deixou claro: parte da torcida já não se empolga mais com o Inter de Dunga, que após superar sete jogos sem vitórias, emplacou duas vitórias antes de voltar a tropeçar. Chamado de burro, Dunga não polemizou e a diretoria colorada fez questão de transmitir confiança para treinador, comissão e plantel, um dos melhores do Brasileirão.
– Temos convicção de que esse trabalho será mantido até o final do ano. Temos tudo para isso. A A preparação física tem demonstrado alto nível, a equipe poderia estar em uma posição melhor? Poderia. Mas futebol é feito de detalhes – disse o presidente Giovanni Luigi, à Rádio Gaúcha.
Confiança no trabalho que vem sendo desenvolvido diante de uma dificuldade que não é novidade. É assim que a direção colorada pensa. O fato de o Inter não ter o Beira-Rio tem contribuído para a instabilidade do time, algo que os jogadores fazem questão de destacar sempre.
A mudança do Centenário para o Estádio do Vale tinha como objetivo evitar um desgaste maior com deslocamentos. Desde então, o Inter venceu apenas um dos seis jogos que fez como mandante, conquistando 38,8% dos pontos. Mudar esse aproveitamento e justificar a sua qualidade são as missões do Inter.
OS PONTOS POSITIVOS DO INTER EM 2013
Campeão gaúcho
O Internacional encarou o Gauchão como prioridade, conquistou a Taça Piratini e, na sequência, a Farroupilha, o que lhe garantiu o tricampeonato estadual com antecedência. Foram 14 vitórias, cinco empates e apenas duas derrotas. O Colorado ainda teve Forlán, com nove gols, como artilheiro.
Poucas derrotas
O Internacional é, ao lado de Cruzeiro e Botafogo, o time que disputa a Série A com menos derrotas ao longo desta temporada: apenas cinco. No Gauchão, a equipe caiu só duas vezes para Lajeadense e Veranópolis. Apenas em três jogos – Bahia, Náutico e Santos – o Inter caiu no Brasileirão
Nada de zebras
O Internacional, mesmo sem fazer grandes apresentações, se garantiu nas quartas de final da Copa do Brasil. O Colorado superou o Rio Branco (AC) em apenas um jogo, eliminou o Santa Cruz em dois e deixou o América-MG para trás também em duas partidas. Já o Atlético-PR será rival complicado.
E OS NEGATIVOS...
Poderia estar melhor
O Internacional está muito próximo do G4 do Brasileirão, foi derrotado apenas três vezes na competição, mas a sensação é que a campanha poderia estar melhor, em razão da qualidade do elenco. O Colorado enfrentou uma sequência de sete jogos sem vitórias, algo que prejudicou muito.
Empates de sobra
Se o Inter costuma não ser superado, é, ao mesmo tempo, o time que mais empata no Brasileirão: são dez igualdades em 21 jogos na competição. A direção trata essa situação como normal e lamenta com frequência as derrotas para Bahia, em Caxias do Sul, e diante do Náutico, o último colocado.
'Fator' Estádio do Vale
A mudança do Centenário para o Estádio do Vale ainda não surtiu o efeito esperado. Se jogadores enfrentam um deslocamento menor, o rendimento da equipe na casa do Noia é de apenas 38,8% dos pontos: uma vitória, quatro empates e uma derrota. No Centenário, foram três vitórias e um revés.
ESTÁDIO DO VALE AINDA NÃO FEZ A DIFERENÇA
A distância de Porto Alegre para Caxias do Sul (134 Km) vinha sendo uma dificuldade para o Internacional e, com isso, o Colorado passou a mandar os seus jogos no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo, distante 35 Km da capital.
Para receber jogos da Série A, o estádio teve a sua capacidade ampliada de 4,5 para 15 mil torcedores, ganhou mais portões de acesso, guichês para venda de ingressos e melhorias no gramado. Resta saber se o aproveitamento do Inter em Novo Hamburgo – de apenas 38,8% – será alterado em breve.