A iminente chegada do atacante Tévez (31 anos) ao Boca Juniors reforça uma tendência do futebol argentino. O país está investindo no retorno de jogadores veteranos, medalhões que encerraram o ciclo na Europa e vislumbram a sequência da carreira na terra natal. Os casos são diferentes e têm particularidades.
O maior nome da temporada certamente será o do Apache. Ele regressa à Bombonera após 11 anos no estrangeiro. Neste período, o atacante defendeu Corinthians, West Ham, Manchester United, Manchester City e Juventus. O atacante resolveu voltar justamente num dos melhores momentos da carreira. Em alto nível, Tevez terminou a temporada com o título do Calcio, da Copa da Itália e com o vice-campeonato europeu.
No caso do atacante, a vontade de estar no Boca Juniors falou mais alto do que a razão. Formado pelo clube mais popular da Argentina, Carlitos tinha mercado no futebol europeu e havia despertado o interesse de poderosos, como o Paris Saint-Germain.
Contemporâneo de Tevez, no outro lado de Buenos Aires, Saviola (33 anos) reforçará o River Plate e encontrará outro veterano: o meia Aimar (35 anos). Ambos vão reeditar a parceria feita no próprio clube de Núñez e no Benfica. Ao contrário de Tevez, a dupla não conta mais com o interesse do Velho Continente.
- É como se o Boca estivesse no nível do Barcelona e os demais fossem o Villarreal. Nome por nome, ninguém conta com a força do plantel xeneize, ainda mais com Tevez. São 13 jogadores que já disputaram uma Copa do Mundo. É algo que pesa muito. É ano de eleição e o clube perdeu uma Libertadores. A torcida cobraria uma atitiude para apagar o fracasso - afirma Juan Szenfield, setorista do Boca Juniors do jornal "Olé", da Argentina.
Quem também voltou por amor foi o atacante Diego Milito (36 anos). Autor dos gols do título europeu da Inter de Milão na vitória sobre o Bayern de Munique por 2 a 0, em 2010, o "Príncipe" aceitou ganhar menos para defender e ser campeão argentino pelo clube que o revelou no longínquo ano de 1999.
Milito liderou o Racing na conquista do Torneo Transición (como foi chamado o campeonato nacional do ano passado), o primeiro da Académia em 13 anos de sofrimento.
O futebol argentino ainda conta com outros veteranos de peso, como Gago (29 anos, Boca Juniors), Scocco (30 anos, Newell's Old Boys), Delgado (33 anos, Rosário Central) e Romagnoli (34 anos, San Lorenzo). Todos com passagem pelo futebol europeu.
No Brasil, apenas Romário voltou ao futebol local no auge da carreira. Em 1995, o Flamengo conseguiu tirar o melhor jogador do mundo do Barcelona.