O jornal espanhol "AS" noticiou neste sábado detalhes sobre o esquema de corrupção envolvendo a Fifa e Conmebol. Um ex-funcionário da entidade sul-americana, sem se identificar, afirmou ter pago subornos a mando de Nicolás Leoz, ex-presidente da Conmebol, para diversos membros das entidades, entre eles Julio Grondona, morto em 2014, e ex-dirigente da Fifa e da Associação do Futebol Argentino (AFA), Rafael Esquivel, presidente da Federação Venezuelana, Eduardo de Luca, ex-secretário geral da Conmebol, entre outros.
Segundo o confidente, identificado apenas como "X", a entrega do dinheiro acontecia a partir de uma lista recebida, contendo números e iniciais, sendo realizada durante congressos da Conmebol.
- Eu tinha um US$ 1 milhão (R$ 3 milhões) em dinheiro e uma lista com iniciais e quantidade. Fui até o Hotel Yatch & Golf Club em Assunção, no Paraguai, e comecei a entrega do dinheiro entre os membros que comandavam a Conmebol. Dei dinheiro para Julio Grondona, Esquivel, Osuna, De Luca - revelou o confidente, antes de explicar como era a entrega:
- Batia na porta do quarto e entregava um envelope que havia preparado com a quantidade designada. Alguns abriam e contavam o dinheiro, outros nem mesmo me olhavam nos olhos e fechavam a porta. Eu ia para o próximo quarto, seguindo a lista. Nem todos cobravam o mesmo dinheiro. Haviam subornos maiores e outros com menos dólares.
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Sabendo do perigo que vivia trabalhando desta forma, o funcionário afirmou ter pedido para exercer outra função, quando realmente se sentiu ameaçado.
- Não era aconselhável andar pelas ruas de Assunção com uma mala cheia de dinheiro, sozinho e desprotegido. Eu estava em perigo, foi quando pedi para me colocarem em outro trabalho. Me senti bem, mas logo começaram os problemas, pressão, vigilância e monitoramento. Me senti ameaçado. Pensei em pegar o dinheiro, entrar em um avião e sumir, mas não sou como eles - disse a fonte.