Nesta segunda-feira, a Seleção Brasileira faz seu 27º dia de trabalho desde a apresentação, ainda no Rio de Janeiro. Agora, a dois jogos do título da Copa das Confederações, a comissão técnica sabe que a cabeça dos jogadores será tão importante quanto seus pés e, por isso, mantém a programação de folga já estabelecida.
Após a vitória sobre a Itália, os jogadores ganharam algumas horas para relaxar. Passar a noite fora do hotel, fazendo o que bem entendessem, foi o prêmio que a comissão técnica deu ao grupo – a reapresentação ocorreu na hora do almoço, antes do embarque a Belo Horizonte, cidade do confronto com o Uruguai.
Experiente que é, Felipão sabe que não pode pensar apenas com sua cabeça, agir da forma que enxerga as coisas. Prova disso foi a resposta que deu após ser questionado pela reportagem do LANCE!Net sobre a importância dos períodos longe da concentração.
– O extracampo é muito importante para os jovens, esses jogadores só têm 20 e poucos anos. Para nós, velhos, tanto faz, porque vamos dormir mesmo. Para a gurizada faz diferença – afirmou Luiz Felipe Scolari, sorrindo, sem entrar em maiores detalhes dessa diferença de necessidade.
A folga em Salvador não foi a primeira. Pelo contrário. A comissão técnica já tinha liberado os jogadores, ao menos por algumas horas, no Rio de Janeiro, em Porto Alegre, em Goiânia, em Brasília e em Fortaleza.
– Nós tínhamos um planejamento de folgas, treinamentos, mudamos uma coisa ou outra. Nos dias de jogos, todos que têm família as recebem nos hotéis. Eles se reúnem e depois cada um vai para o seu quarto. A gente deu folga depois de dois jogos, está no planejamento e vamos continuar até o dia 30 – explicou o treinador, lembrando que, mesmo que perca a semifinal diante do Uruguai, nesta quarta-feira, o Brasil terá jogo no último dia da competição, que seria a disputa de terceira e quarto lugares.
O zagueiro David Luiz deixou a Arena Fonte Nova já sem uniforme. E comemorou a folga pós-jogo.
– Tenho mais de 15 parentes que vieram me ver aqui – afirmou o camisa 4, que foi seguido por Fred no momento de comemorar o período.
– É muito bom, é muito legal, vou poder ver o monte de amigos que tenho aqui – comemorou o camisa 9, autor de dois gols contra a Itália.
OS PERÍODOS DE FOLGA DESDE O INÍCIO DA PREPARAÇÃO, NO DIA 28 DE MAIO:
Rio de Janeiro - Após empatar com a Inglaterra, por 2 a 2, na reinauguração do Maracanã, os jogadores foram liberados pelo técnico Felipão. Volta ao batente ocorreu no dia seguinte, já em Goiânia.
Goiânia - Comissão técnica deu uma manhã de folga aos jogadores em meio à preparação na capital de Goiás. Felipão aproveitou e foi até Trindade, cidade a 18 km de Goiânia, para visitar mais uma vez o Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, um dos principais pontos de peregrinação dos católicos no Centro-Oeste do país.
Porto Alegre - Após a vitória sobre a França, por 3 a 0, na Arena do Grêmio, os jogadores foram liberados pelo técnico Felipão. A volta à concentração ocorreu apenas um dia e meio depois, já em Goiânia.
Brasília - Após a vitória sobre o Japão, por 3 a 0, na Arena Mané Garrincha, os jogadores receberam a visita de familiares no hotel onde estavam hospedados na capital federal.
Fortaleza - Após a vitória sobre o México, por 2 a 0, no Castelão, os jogadores foram liberados e a única obrigação foi viajar a Salvador à tarde do dia seguinte - em virtude dos protestos realizados na capital cearense, reservas e jogadores que entraram no decorrer do jogo fizeram um físico no Castelão após o jogo, já que o trabalho pela manhã no estádio do PV foi cancelado.
Salvador - Após a vitória sobre a Itália, por 4 a 2, na Arena Fonte Nova, os jogadores ganharam algumas horas de folga. Volta ao hotel ocorreu na hora do almoço do dia seguite.
BATE-BOLA
Paulo Paixão, preparador físico da Seleção
1) Como você analisa a parte física da Seleção Brasileira e seu trabalho nesse período do torneio?
Eu tive menos tempo de trabalho do que em outras competições. Agora, a parte técnico-tática foi priorizada. Sempre tive, no mínimo, 15 dias de parte física. Dessa vez, especificamente para a parte física, eu tive pouco tempo.
2) Os jogadores já têm uma unidade mesmo vindo de lugares diferentes do mundo? Qual estágio que chegam para a reta final?
Acho que a gente está encontrando o ponto. Tivemos dois amistosos que ajudaram. Os jogadores estão bem adaptados, estão se alimentando bem. E isso, ajudou. Quando dá liga, o conjunto produz produz bastante. Aí sim, a parte física prevalece. A oscilação de alguns jogadores é normal. Oscar vai oscilar. Mas essa oscilação é muito normal, principalmente pelo número de jogos que ele fez.