O desempenho superior da Ferrari no GP da Malásia em relação ao treino classificatório suscitou perguntas a respeito da discrepância de rendimento. Afinal, como Fernando Alonso, por exemplo, ficou em quinto no grid a 0s9 do Red Bull de Sebastian Vettel e no domingo fez a segunda melhor volta, a 0s1 do tempo de Mark Webber? Dois fatores explicam: uma asa traseira móvel menos eficiente da Ferrari e uma dificuldade em aquecer os pneus mais duros da Pirelli.
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As asas móveis têm o uso livre só nos treinos. É nessas condições em que Red Bull e McLaren demonstram superioridade. Como na corrida, usa-se bem menos o sistema, o equilíbrio tem sido maior.
Já o problema dos pneus parece eterno. Em 2010, Felipe Massa sofria para aquecer os pneus mais duros e este ano o problema segue, embora em escala menor, e mais nos asfaltos frios. Ainda assim, em Sepang, os dois carros da Ferrari usaram pneus macios logo na primeira parte da classificação, algo incomum entre os grandes times, para não haver risco de eliminação precoce – por isso, no Q3, Massa e Alonso tiveram só um jogo novo de pneus macios à disposição.
- As coisas não estão ruins como parecem. Em Melbourne, não fomos velozes na classificação e na corrida, mas na Malásia foi diferente. Temos de nos esforçar para melhorar nossa performance nas classificações - disse Felipe Massa.
A Ferrari deverá ter um novo pacote aerodinâmico no Grande Prêmio da Turquia, no dia 8 de maio.
Ferrari já sabe qual é o problema: a asa
Com a palavra: Luciano Burti, ex-piloto de Fórmula 1 e comentarista da TV Globo.
O Aldo Costa, diretor técnico da Ferrari, disse após o GP da Malásia que ainda não sabe onde está o problema que impediu a Ferrari de andar melhor, mas isso é um pouco de balela.
No treino livre e na classificação você pode usar a asa móvel por tempo ilimitado, em qualquer setor da pista, e, com ela aberta, o carro ganha até 15 km/h de velocidade final nas retas. Só que na corrida você não pode usá-la, durante todo o tempo, mas só se o carro estiver a menos de um segundo do outro num ponto determinado.
Como a asa é toda liberada apenas nos treinos, a peça da Ferrari não deve funcionar tão bem assim quanto as da McLaren e da Red Bull. Já na corrida, como o uso é limitado, a Ferrari consegue se aproximar.
Então, eles sabem qual é o problema e é um problema aerodinâmico que eles ainda não sabem como resolver.