O Palmeiras está mais forte. Às vésperas de decidir uma vaga na final da Copa do Brasil com o Grêmio, na quinta, em Barueri, Luiz Felipe Scolari ajeitou o time com Henrique improvisado como volante e viu outras peças fundamentais do seu esquema voltarem a brilhar.
Barcos passou a ser mais participativo no jogo, a zaga ficou mais sólida com a força de Thiago Heleno, Cicinho retomou as investidas insinuantes no ataque, e Mazinho se candidata a talismã a cada gol marcado, seja como reserva ou titular.
Embora o empate com o Vasco tenha sido frustrante no último domingo – equipe foi vazada no fim do jogo –, a diretoria alviverde, antes irritada, se mostrava satisfeita nos vestiários da Arena com o desempenho e apontava a exibição como uma das melhores da temporada.
– Fizemos um grande jogo com o Vasco e, no meu ponto de vista, o Palmeiras entra nesse meio de semana para enfrentar o Grêmio com um espírito diferente. Vemos que aquela vitória com o Grêmio (2 a 0, no Olímpico) não foi uma casualidade. Contra o Vasco vimos uma equipe completamente coesa, muito diferente do que foi o início do Brasileiro, em que estivemos muito abaixo – analisou o gerente César Sampaio.
A única queixa se referia à arbitragem por um suposto pênalti no Pirata, que fez coro no discurso da cúpula e elogiou a atuação no geral.
– Nós jogamos muito bem, fizemos uma das nossas melhores partidas, mas por um detalhe acabamos empatando e perdemos dois pontos importantes – afirmou o camisa 9.
Mas nem tudo vai bem no Palestra Itália. O setor de armação agoniza com Daniel Carvalho, que tem dificuldade em construir as jogadas na ausência de Valdivia. Recuperando-se do trauma do sequestro e de dores no joelho direito, o Mago pode voltar a vestir a camisa 10 na quinta.
Se o chileno pode ser a solução criativa, dificilmente Scolari sacará Juninho da lateral esquerda. “Garçom” de Barcos no Sul, ele deixou a regularidade no Paulistão e tem cometido falhas de fundamentos.
O Alviverde ainda não é imponente, mas voltou a estar bem.
O que voltou a funcionar...
1) Barcos mais acionado e na rede
Bola no Pirata
Antes insatisfeito com as poucas bolas que chegavam ao ataque, o Pirata viu a situação melhorar contra Grêmio e Vasco. Fez mais tabelas e fez um gol no Olímpico, jogo em que finalizou quatro vezes (uma certa e três erradas). No domingo, chutou outras quatro bolas contra o gol (duas certas, duas erradas). Ele é o artilheiro do time em 2012 (13 gols). Reclamou um penal contra o Vasco.
2) Dupla de zaga mais segura
Fechou o setor?
Grande drama na eliminação no Paulistão e no péssimo início de Brasileirão, a defesa mostrou mais solidez com Thiago Heleno e Maurício Ramos nos últimos dois jogos. Mais protegidos pela mudança de posição de Henrique (ler abaixo), a pegada melhorou. Não houve sustos pelo alto. Thiago tem 1,84 e Maurício, 1,86m. Nos escanteios, o trio se completa com Henrique (1,87) na área alviverde.
3) Cicinho, enfim, acordou
Presença no ataque
Mal na maior parte da temporada, Cicinho, que perdeu a posição para Artur contra o Grêmio, saiu do banco no segundo tempo para ser um dos destaques do time, com assistência para Mazinho. Foi titular contra o Vasco e repetiu a boa atuação, dos seus melhores momentos no clube em 2011. Também participou da jogada do gol. Ganhou nota 7 do LANCE! nas duas partidas.
4) Henrique, pilar da evolução
Novo volante
A grande ideia de Felipão no Sul foi colocar Henrique como volante. Técnico, o zagueiro não só melhorou a marcação no meio, como também tornou a saída de bola melhor. Márcio Araújo perdeu a posição. Henrique foi o melhor em campo contra o Grêmio (três desarmes) e, na mesma função, também teve uma boa atuação diante do Vasco, no fim de semana (foi quem mais desarmou: cinco vezes).
5) Messi Black voando
Mazinho decisivo
É ele que deve ser titular no lugar de Luan, que começou jogando no domingo, mas está machucado e não joga na quinta. Mazinho entrou no fim do jogo contra o Grêmio e fez o primeiro na vitória por 2 a 0. Rápido, usou a habilidade diante do Vasco também para fazer um belo gol no empate em 1 a 1. Messi Black caiu nas graças da torcida. E já fez três gols na Arena, palco de quinta.
O que ainda precisa melhorar...
1) Bruno em oscilação: pressão
Crítica dos companheiros
O goleiro foi bem na vitória do Sul na semana passada e também vinha bem contra o Vasco. Mas falhou no gol de empate, em falta de Juninho. Daniel Carvalho e, principalmente, Barcos ficaram irritados com o erro. Bruno, que ganhou a posição de Deola, oscila. Faz bons jogos, mas também convive com falhas. Também errou na derrota por 2 a 1 para o Sport, em Recife. Os mais críticos viram falha de posicionamento no tropeço por 1 a 0 para o Grêmio, no Brasileirão.
10 jogos
faz que Bruno é o titular do gol do Palmeiras, deixando Deola no banco. É a maior sequência do camisa 1, que estreou em 2008. Alterna altos e baixos.
5 jogos
ele fez na Copa do Brasil. Entrou nas fases mais importantes. Assumiu diante do Paraná, em Curitiba. Sofreu três gols, sem culpa. Vai bem na competição.
2) Juninho em queda...
Alerta na esquerda
Considerado uma das melhores contratações no início do ano, Juninho tem deixado a antes elogiável regularidade de lado. No Sul, deu um ótimo cruzamento para Barcos fazer um gol. Mas no último domingo foi o pior em campo, errando passes fáceis e jogadas simples. Juninho já vinha em queda, junto com o time, na reta final do Paulistão. Deixou a desejar também em algumas partidas da Copa do Brasil. Fernandinho, com poucas chances, é o seu concorrente.
4,5 - nota LANCE!
foi a avaliação de Juninho no empate em 1 a 1 com o Vasco, no domingo. Foi o pior em campo. O lateral-esquerdo não foi ao ataque com qualidade e também comprometeu na marcação. Errou um passe na saída de bola do Palmeiras que quase resultou em um gol da equipe carioca. Jovem, Juninho tem a confiança da comissão técnica para voltar a engrenar no Verdão.
3) Armador pouco efetivo
Quem joga na quinta?
Apesar de a bola estar chegando mais ao ataque, o armador de Felipão, sempre “único” no esquema, tem deixado a desejar. Daniel Carvalho foi o escolhido para substituir Valdivia, que sofreu um sequestro relâmpago antes da derrota por 1 a 0 para o Atlético-MG. O camisa 19 não repetiu os bons jogos do início do Paulistão, apesar da luta em campo. Felipe não tem a confiança de Felipão. Valdivia, que voltou a treinar na última quarta, ainda é dúvida