O Brasil conquistou uma campanha histórica no Mundial de Esportes Aquáticos de Barcelona e o LANCE!Net consultou especialistas na área para avaliarem os resultados e analisarem a atual situação do país para a Olimpíada de 2016, no Rio. O ex-nadador Gustavo Borges e o comentarista e técnico de natação Alexandre Pussieldi destacaram o feito de Cesar Cielo, primeiro tricampeão nos 50m livre, e a surpresa Felipe Lima, bronze nos 100m peito.
A Seleção Brasileira terminou a competição em oitavo no geral, com dez medalhas. Cinco vindas da maratona aquática (um ouro, duas pratas e dois bronzes) e outras cinco da natação (dois ouros e três bronzes). Os campeões foram os Estados Unidos, com 33 láureas (15 ouros, nove pratas e nove bronzes).
Duas vezes bronze no Mundial de Esportes Aquáticos de Roma , em 1994, Gustavo Borges classificou a campanha do Brasil em Barcelona (ESP) como um marco. Para ele, além de Cielo, o grande destaque foi Poliana Okimoto, que venceu os 10km na maratona aquática, prova que faz parte do programa olímpico, além de ter faturado a prata nos 5km. Ela foi seguida nas duas competições por Ana Marcela Cunha. O time ainda foi bronze no revezamento.
Na natação, Cielo ainda foi ouro nos 50m borboleta e Thiago Pereira levou dois bronzes (200m e 400m medley).
- É um marco para o Brasil. sexto lugar no geral é um excelente resultado, um ano após a Olimpíada e no início do ciclo olímpico. A Poliana fez uma coisa que a gente nunca tinha visto antes, vencer em águas abertas. Já o Cesar foi destaque pela qualidade, e por manter sua alta performance por tanto tempo. O tricampeonato é histórico, foi um tempaço do Cielo - analisou Gustavo, que também ressaltou as duas medalhas de Thiago Pereira como pontos fortes da campanha.
O ex-nadador também falou sobre as revelações e disse que novos nadadores irão surgir até o caminho para a Olimpíada de 2016, no Rio.
- A maior surpresa foi nos 100m peito, em que o Felipe Lima foi bronze. A Etiene mostrou que tem condições de fazer uma boa campanha ao ser quarta nos 50m peito, assim como Marcelo Chierighini (sexto nos 100m livre). Eles também são vitoriosos. Para 2016, vai chegar gente nova. Agora é continuar com o foco nos treinamentos e nas competições. Esse é o caminho - disse Borges.
Já Pussieldi ressaltou que o torneio serviu para consolidar Cielo e Thiago como forças da natação brasileira para 2016. O treinador, entretanto, aconselhou os nadadores do país a se preocuparem menos com as provas não-olímpicas, citando a diferença de tempos de Daniel Orzechowski nos 50m costas (prova não-olímpica) e de seus adversários na mesma prova disputava em 100m.
- As duas figuras mais importantes do Brasil (Cesar Cielo e Thiago Pereira) se firmaram, se consolidaram e estão em um bom caminho. O diferencial foi Felipe Lima, uma coisa nova que foi adicionada no programa e tem de continuar seguindo. Foi positivo. Tenho uma certa restrição às provas não-olímpicas, dá para fazer uma comparação com os caras que ganharam as provas de 50m com os brasileiros. Se você pegar os 50m costas do Daniel comparado com quem chegou ao lado dele e ver os tempos destas pessoas nos 100m costas, você terá uma diferença muito grande - disse o treinador.