Dia 27/10/2015
22:06
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A obra da Arena Corinthians, em Itaquera, corre o risco de ser paralisada. Tudo porque o empréstimo já aprovado de R$ 400 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ainda não foi liberado e a Odebrecht, construtora responsável pelo estádio, pressiona nos bastidores sob alegação de que está ficando sem dinheiro para tocar a obra.

A construção já consumiu cerca de R$ 372 milhões, sendo R$ 150 milhões oriundos de empréstimos-ponte do Banco do Brasil, R$ 100 milhões do Banco Santander, e o restante (R$ 122 milhões) dos cofres da própria Odebrecht. O alvo da construtora é o Governo Federal, além do BNDES, responsável pela liberação do empréstimo, equivalente a 46% do investimento total (que é de R$ 820 milhões).

Pelo acordo imposto pelo BNDES, a operação de empréstimo é indireta, sendo intermediada pelo Banco do Brasil. O crédito será repassado à Sociedade de Propósito Específico (SPE) Arena Itaquera S.A., formada por Jequitibá Patrimonial S.A. e Odebrecht Participações e Investimentos S.A..

E é aí que está o impasse...

O Banco do Brasil, responsável por repassar o dinheiro ao fundo e depois fazer os pagamentos ao BNDES, cobra garantias para liberar os recursos. De acordo com a coluna “Radar” da Revista Veja, o ex-presidente Lula articula reuniões com Emilio Odebrecht, presidente da construtora, e os presidentes do Banco do Brasil, Aldemir Bendine; do BNDES, Luciano Coutinho; e do Corinthians, Mário Gobbi Filho, para colocar fim ao impasse.

As condições do empréstimo são as mesmas do programa Pró-Copa, que financia os estádios para o Mundial de 2014: três anos de carência e a partir dali, mais 11 anos para pagar. Grande parte da verba será usada para pagar os empréstimos-ponte. O clube terá até 2026 para quitar a dívida com o BNDES.

Outros estádios já receberam financiamento do BNDES por conta da Copa de 2014. Mineirão, de Belo Horizonte (R$ 400 milhões); Arena Pantanal, de Cuiabá (R$ 393 milhões); Castelão, de Fortaleza (R$ 351,5 milhões); Arena Amazônia, de Manaus (R$ 400 milhões); Arena das Dunas, de Natal (R$ 396,5 milhões); Fonte Nova, de Salvador (R$ 323,7 milhões); Arena Pernambuco, de Recife (R$ 400 milhões); e o Maracanã, do Rio de Janeiro (R$ 400 milhões) também já foram agraciados.

Para fechar o orçamento do estádio, o Corinthians terá ainda que vender os títulos de incentivo fiscal (CIDs) no valor de R$ 420 milhões cedidos pela prefeitura de São Paulo há um ano.

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