Quem se acostumou a ver partidas de basquete com três árbitros em quadra tomará um susto ao assistir às partidas da Liga Sul-Americana. Isso porque apenas dois juízes estão trabalhando nos três quadrangulares iniciais, jogados no Brasil, na Argentina e na Colômbia. No hexagonal final, em sede única, o trio será retomado.
O motivo? Contenção de custos por parte da Associação Sul-Americana de Basquete (Abasu), administrada pelo ex-presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Gerasime Bozikis, o Grego.
Para atuar em cada quadrangular cada árbitro recebe diretamente da Abasu um pagamento de US$ 600. Com quatro árbitros por quadrangular, o gasto total chega a U$$ 2.400. Fossem três juízes por partida e seis por grupo, haveria um aumento de US$ 1.200. Além disso, a entidade paga as passagens aéreas. As equipes que sediam os quadrangulares arcam apenas com os gastos de hospedagem.
De acordo com Grego, a decisão foi tomada na reunião do conselho da Abasu, sem a participação de jogadores ou representantes dos 12 clubes envolvidos, sendo três brasileiros (Franca, Flamengo e Brasília).
- Foi uma indicação nossa para que fossem usados apenas estes dos árbitros e não vejo problema nenhum nisso - afirmou o presidente.
De fato, não há nada irregular na decisão tomada pela Abasu. O artigo 4.1 da regra três do regulamento da Federação Internacional de Basquete (Fiba) diz que em cada partida é obrigatória a presença de um árbitro principal e um assistente. A entidade, entretanto, deixa livre a participação de um terceiro juiz.
Em grandes competições, como Mundiais e Olimpíadas, sempre um trio atua nas partidas. No Brasil, tanto as partidas do Novo Basquete Brasil (NBB), quanto as do Campeonato Paulista são comandadas por três oficiais. O outro principal torneio do continente americano, a Liga das Américas, conta com três árbitros desde a fase inicial.
Envolvido na disputa da Sul-Americana e campeão do Grupo A, o técnico do Franca, Hélio Rubens, disse não ver problemas na medida adotada.
- Não senti nenhuma diferença. Não é prejudicial - disse o treinador.
Árbitro do quadro internacional da Fiba, o brasileiro Carlos Renato dos Santos, entretanto não concorda com a atitude da Abasu.
- Não deveria ser assim. Cortar custos diminuindo o número de árbitros não é coreto. Além disso, há alteração na nossa maneira de atuar, muda toda a mecânica de arbitragem, aumenta bastante a responsabilidade - afirmou.
Dia 27/10/2015 22:18