Dia 27/10/2015
15:16
Atualizado em 01/03/2016
04:46
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O dia 3 de julho de 2012 marcaria para sempre a vida do goleiro Doni. Naquela data, o então jogador do Liverpool começou a perceber que não poderia mais trabalhar nos gramados e precisaria se reinventar. Um exame feito por médicos do clube inglês, cujo objetivo era verificar uma arritmia cardíaca diagnosticada em 2004, colocou um ponto final na carreira do atleta. Doni ficou inconsciente, apagou, e só conseguiu voltar a si quase cinco minutos depois. Uma "morte" que o fez repensar a vida.

- Depois da palavra dos médicos, o Liverpool ficou com receio de renovar meu contrato, então, rescindiram meu vínculo. Antes, já estava apalavrado para seguir no clube - contou.

Doni insistiu. Consultou outros especialistas, tentou prosseguir com a trajetória no futebol, assinou com o Botafogo de Ribeirão Preto, mas o tempo também jogou contra. Dez quilos mais pesado e com 33 anos, o ex-goleiro de Santos, Corinthians, Roma e Seleção Brasileira decidiu pendurar as luvas e tornou-se, recentemente, empresário de entretenimento. Na última sexta-feira, ele levou para um shopping da Zona Oeste do Rio de Janeiro a exposição "Mundo dos Dinossauros", que também já percorreu outras 12 cidades.

O próximo passo é trazer uma roda gigante da Itália em 2014 e fundar a primeira escolinha da Roma no Brasil para garimpar futuros craques.

Em entrevista ao LANCE!Net, o goleiro falou sobre a nova empreitada, saudade que tem dos gramados, problema de saúde e até mesmo o "empresário-fenômeno" Ovidio Colucci. Confira abaixo:

LANCE!Net: Como foi a transição dos gramados para o mundo empresarial. Você fez algum curso para entrar no ramo?

Doni: Nunca cheguei a fazer nenhum curso ou faculdade. Quando jogava na Itália, fiz amizade com um empresário que trabalhava num parque de diversões em Roma há 25 anos. Ele tem o know-how. Então, nos juntamos e fui aprendendo como deve agir um empresário que trabalha no ramo do entretenimento. Nosso primeiro empreendimento foi esta exposição dos dinossauros. Ela é feita sem bilheteria. Os shoppings nos cedem o espaço e acabamos fazendo a promoção do local. O público alvo é a família.

L: Você pretende seguir ligado de algum modo com o futebol ou esporte não faz parte dos planos?

D: Da parte técnica não tenho planos. Estou negociando a primeira escolinha de futebol da Roma no Brasil. Estamos vendo detalhes da parte imobiliária, mas é um projeto muito bem visto pelo clube. Quero retribuir o carinho dos funcionários e dirigentes do clube com esse projeto.

L: Já conseguiu se desacostumar com a rotina de um jogador de futebol?

D: É difícil. Sinto muita falta. Há um ano venho evitando ao máximo ver partidas de futebol para não sofrer tanto com a saudade. Não estou por dentro de tudo como antes. Também não me faz bem ficar falando de futebol. Mesmo assim, ainda jogo minha pelada. Hoje, estou na linha. Não quero mais atuar no gol.

L: Já pensou em uma partida de despedida?

D: Sim, mas falta coragem (risos).

L: Depois do susto da parada cardíaca, como foi a tentativa de tentar voltar a jogar?

D: Sempre soube que tinha esse problema e sempre foi controlado. Depois do exame no Liverpool, meu contrato foi rescindido. Naquele dia, foram segundos que pareceram anos. Voltei ao Brasil, fechei com o Botafogo-SP, (primeiro clube na carreira), tentei voltar, mas já estava acima do peso e teria de emagrecer dez quilos. Além disso, consultei um médico italiano, que me recomendou parar de jogar definitivamente e evitar o esforço físico.

L: Faz algum tipo de tratamento?

D: Nenhum. Meu coração é o mesmo de sempre.

L: Antes de deixar de acompanhar futebol com tanta frequência, você deve ter visto o desempenho de seus ex-companheiros de profissão. Se você fosse o técnico da Seleção Brasileira, quem seria os seus três goleiros na Copa do Mundo?

D: Eu sei o meu primeiro e o terceiro. O titular é o Julio Cesar, sem dúvida. É um goleiro experiente e tem muito para contribuir num torneio como a Copa do Mundo. Na última vaga eu levaria um goleiro jovem para ganhar experiência. Talvez, o Diego Alves, do Valencia. Um jogador muito promissor. Para a segunda vaga, fico em dúvida entre o Jefferson (Botafogo), o Diego Cavalieri (Fluminense) e o Victor (Atlético-MG).

L: Quando você jogava, muita gente brincava afirmando que o seu empresário Ovidio Colucci era um fenômeno porque sempre arrumava os melhores contratos. Como você reagia?

D: (Risos) Da melhor forma possível. Falava até com ele: "Está vendo? Cola com jogador brasileiro que você se dará bem". Sempre me dei bem com as críticas. Elas precisam existir para um jogador melhorar. No futebol, quem não sabe lidar com opiniões contrárias está perdido. Joguei em clubes grandes e fiquei sempre satisfeito com tudo. Sou muito tranquilo com esse tipo de brincadeira. Não sou de dar muitas entrevistas e fico mais calado, ouvindo tudo.

O dia 3 de julho de 2012 marcaria para sempre a vida do goleiro Doni. Naquela data, o então jogador do Liverpool começou a perceber que não poderia mais trabalhar nos gramados e precisaria se reinventar. Um exame feito por médicos do clube inglês, cujo objetivo era verificar uma arritmia cardíaca diagnosticada em 2004, colocou um ponto final na carreira do atleta. Doni ficou inconsciente, apagou, e só conseguiu voltar a si quase cinco minutos depois. Uma "morte" que o fez repensar a vida.

- Depois da palavra dos médicos, o Liverpool ficou com receio de renovar meu contrato, então, rescindiram meu vínculo. Antes, já estava apalavrado para seguir no clube - contou.

Doni insistiu. Consultou outros especialistas, tentou prosseguir com a trajetória no futebol, assinou com o Botafogo de Ribeirão Preto, mas o tempo também jogou contra. Dez quilos mais pesado e com 33 anos, o ex-goleiro de Santos, Corinthians, Roma e Seleção Brasileira decidiu pendurar as luvas e tornou-se, recentemente, empresário de entretenimento. Na última sexta-feira, ele levou para um shopping da Zona Oeste do Rio de Janeiro a exposição "Mundo dos Dinossauros", que também já percorreu outras 12 cidades.

O próximo passo é trazer uma roda gigante da Itália em 2014 e fundar a primeira escolinha da Roma no Brasil para garimpar futuros craques.

Em entrevista ao LANCE!Net, o goleiro falou sobre a nova empreitada, saudade que tem dos gramados, problema de saúde e até mesmo o "empresário-fenômeno" Ovidio Colucci. Confira abaixo:

LANCE!Net: Como foi a transição dos gramados para o mundo empresarial. Você fez algum curso para entrar no ramo?

Doni: Nunca cheguei a fazer nenhum curso ou faculdade. Quando jogava na Itália, fiz amizade com um empresário que trabalhava num parque de diversões em Roma há 25 anos. Ele tem o know-how. Então, nos juntamos e fui aprendendo como deve agir um empresário que trabalha no ramo do entretenimento. Nosso primeiro empreendimento foi esta exposição dos dinossauros. Ela é feita sem bilheteria. Os shoppings nos cedem o espaço e acabamos fazendo a promoção do local. O público alvo é a família.

L: Você pretende seguir ligado de algum modo com o futebol ou esporte não faz parte dos planos?

D: Da parte técnica não tenho planos. Estou negociando a primeira escolinha de futebol da Roma no Brasil. Estamos vendo detalhes da parte imobiliária, mas é um projeto muito bem visto pelo clube. Quero retribuir o carinho dos funcionários e dirigentes do clube com esse projeto.

L: Já conseguiu se desacostumar com a rotina de um jogador de futebol?

D: É difícil. Sinto muita falta. Há um ano venho evitando ao máximo ver partidas de futebol para não sofrer tanto com a saudade. Não estou por dentro de tudo como antes. Também não me faz bem ficar falando de futebol. Mesmo assim, ainda jogo minha pelada. Hoje, estou na linha. Não quero mais atuar no gol.

L: Já pensou em uma partida de despedida?

D: Sim, mas falta coragem (risos).

L: Depois do susto da parada cardíaca, como foi a tentativa de tentar voltar a jogar?

D: Sempre soube que tinha esse problema e sempre foi controlado. Depois do exame no Liverpool, meu contrato foi rescindido. Naquele dia, foram segundos que pareceram anos. Voltei ao Brasil, fechei com o Botafogo-SP, (primeiro clube na carreira), tentei voltar, mas já estava acima do peso e teria de emagrecer dez quilos. Além disso, consultei um médico italiano, que me recomendou parar de jogar definitivamente e evitar o esforço físico.

L: Faz algum tipo de tratamento?

D: Nenhum. Meu coração é o mesmo de sempre.

L: Antes de deixar de acompanhar futebol com tanta frequência, você deve ter visto o desempenho de seus ex-companheiros de profissão. Se você fosse o técnico da Seleção Brasileira, quem seria os seus três goleiros na Copa do Mundo?

D: Eu sei o meu primeiro e o terceiro. O titular é o Julio Cesar, sem dúvida. É um goleiro experiente e tem muito para contribuir num torneio como a Copa do Mundo. Na última vaga eu levaria um goleiro jovem para ganhar experiência. Talvez, o Diego Alves, do Valencia. Um jogador muito promissor. Para a segunda vaga, fico em dúvida entre o Jefferson (Botafogo), o Diego Cavalieri (Fluminense) e o Victor (Atlético-MG).

L: Quando você jogava, muita gente brincava afirmando que o seu empresário Ovidio Colucci era um fenômeno porque sempre arrumava os melhores contratos. Como você reagia?

D: (Risos) Da melhor forma possível. Falava até com ele: "Está vendo? Cola com jogador brasileiro que você se dará bem". Sempre me dei bem com as críticas. Elas precisam existir para um jogador melhorar. No futebol, quem não sabe lidar com opiniões contrárias está perdido. Joguei em clubes grandes e fiquei sempre satisfeito com tudo. Sou muito tranquilo com esse tipo de brincadeira. Não sou de dar muitas entrevistas e fico mais calado, ouvindo tudo.

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