Segundo matéria publicada nesta quinta-feira no site do jornal "O Estado de São Paulo", a compra de votos para a escolha do país que sediará uma Copa do Mundo não é prática nova dentro da Fifa. Para a eleição da sede do Mundial 2010, três membros do Comitê Executivo da entidade teriam recebido dinheiro para votar na candidatura de Marrocos, em oposição à África do Sul.
As denúncias constam das gravações feitas pelos repórteres do jornal inglês "Sunday Times", que, nesta semana, divulgaram que dois membros da Fifa teriam aceito votar nos Estados Unidos para sede do Mundial 2018 em troca de dinheiro.
Reynald Temarii, presidente da Confederação de Futebol da Oceania e um dos oito vice-presidentes da Fifa, que, na quarta-feira, foi suspenso temporariamente pela entidade por causa das acusações de suborno, teria dito aos repórteres disfarçados que, em 2004, três membros do Comitê Executido da Fifa receberam cerca de R$ 720 mil cada para apoiar a candidatura marroquina. A informação teria chegado a Temarri por meio de Ismail Bhamjee, ex-integrante do Comitê Executivo, que foi expulso da Fifa em durante a Copa de 2006, acusado de vender ingressos do Mundial que ele havia ganho da entidade.
A África do Sul ganhou o direito de sediar a Copa 2010 por uma pequena margem de votos. Nenhum membro africano do Comitê Executivo da Fifa votou na candidatura sul-africana. Em 2000, a África do Sul concorreu com a Alemanha para sediar a edição de 2006, mas o país europeu ganhou por um voto de diferença. Um dos membros do Comitê Executivo, no entanto, não registrou seu voto.
Depois de suspender Temarii e Amos Adamu, nigeriano que também aparece nas gravações dos jornalistas britânicos, a Fifa estaria investigando de denúncias de que membros das candidaturas de Portugal-Espanha e do Qatar teriam oferecido dinheiro em troca de votos para sediarem as Copas de 2018 e 2022, respectivamente.