Tite tentará mais uma cartada para tirar o Corinthians de uma situação que há tempos não era vivida. Depois de trocar peças e inverter posicionamento de jogadores nos cinco jogos sem vitória pelo Campeonato Brasileiro, o técnico agora tende a largar uma de suas maiores convicções: o atual esquema 4-2-3-1, com centroavante, usado no Timão desde a era Mano Menezes e utilizado também na conquista do Mundial de Clubes.
Incomodado por ver a equipe travada, ele deve mudar o desenho da equipe neste domingo, contra o líder Cruzeiro, no Pacaembu. Mas esta não é uma missão considerada fácil.
Isso porque, desde o ano passado, as contratações feitas para o setor ofensivo são estudadas para se encaixarem no esquema com três meias e um centroavante como referência. Para se ter uma ideia, jogadores atuavam como segundo atacante, como Romarinho e Emerson, foram trabalhados para fazer parte da linha de três e viraram quase meias. Outros, como Ibson e Renato Augusto, chegaram exatamente por fazer mais de uma função neste esquema.
A atividade deste sábado pela manhã deve dar início a uma nova cara que o treinador deseja. Deixar a equipe menos previsível em campo é o maior objetivo. Dentro do staff alvinegro, é quase unânime que os adversários aprenderam a marcar e bater este Corinthians, que ainda mostra características de temporadas passadas e que quase não mudou a forma de jogar. Para a “engrenagem” – palavra muito usada por Tite – funcionar, parte dos treinos terão de ser voltados para a parte tática. O problema é o curto espaço de tempo entre as partidas, que daqui em diante acontecerão de quarta e domingo.
O treinador sempre deixou claro que, para uma tática dar certo, é preciso muita repetição. Em entrevistas e bate-papos, ele usa muito o termo “jogar sem pensar”, que se refere ao fato de os jogadores saberem exatamente o que fazer e onde os companheiros estão posicionados.
Desde o início deste ano, Tite frisa que o Timão tem duas formações treinadas: o 4-2-3-1 ou o 4-2-2-2, com dois meias abertos e dois atacantes enfiados. Apesar da variação entre esses esquemas, o comandante vem quebrando a cabeça para achar um outro desenho que se encaixe dentro das características dos jogadores.
A ordem agora é surpreender. Talvez seja a última tentativa.