De um lado, um projeto que pretende se consolidar no vôlei profissional nos próximos anos. Do outro, o atual campeão brasileiro e maior vencedor da Superliga Feminina até hoje, com oito títulos. Movidos por ambições distintas, Uniara/AFAV e Unilever darão nesta terça-feira, às 20h30, no Ginásio Gigantão, em Araraquara, seus primeiros passos na temporada 2013/2014 do torneio, que teve início na última semana.
Como todo estreante, o time do interior paulista entra em cena ciente das dificuldades que irá encontrar. Porém, a meta do elenco é buscar o crescimento pouco a pouco. A Uniara/AFAV carrega um diferencial em relação aos demais participantes, já que é a única equipe a receber os comandos de uma mulher, a técnica Sandra Mara Leão. Na visão dela, a cidade vive um momento especial devido à participação do grupo na Superliga.
- Temos uma boa estrutura em Araraquara. Hoje, conseguimos formar boas jogadoras que acabam saindo para jogar em outros clubes, como a Bruna que joga na Unilever. Esse é o sétimo ano do projeto. Estamos disputando o Paulista pela quarta vez e vamos estrear na Superliga. Esse é um momento único para todos nós de Araraquara - disse.
Para tentar incomodar o favorito time do Rio de Janeiro, Sandra conta uma base de atletas que vem se consolidando desde o ano passado. Dentre os nomes mais rodados, estão as ponteiras Pully e Fernanda Tomé, que já defenderam equipes tradicionais. Porém, a maior parte do grupo tem pouca experiência no torneio nacional.
- Temos um grupo jovem e com um bom potencial. Vamos estrear contra uma das melhores equipes do voleibol brasileiro. Será uma honra jogar contra o Bernardinho e suas comandadas. A torcida da nossa cidade está respirando voleibol. Queremos surpreender em alguns jogos e, principalmente, evoluir durante o campeonato - garantiu a treinadora.
BERNARDINHO COMEMORA EQUILÍBRIO DE FORÇAS
A Unilever, que conquistou no último domingo seu décimo título carioca consecutivo, entra em quadra só pensando em somar os primeiros três pontos. Apesar de ainda sofrer com a falta de ritmo de partidas, bem como o desfalque da central Valeskinha, em recuperação de uma cirgurgia, a equipe é tecnicamente superior ao adversário de estreia. A ponteira sérvia Brankica Mihajlovic já está à disposição.
A briga pelo título deste ano, no entanto, promete ser mais acirrada no que nas temporadas passadas. O técnico Bernardinho acredita que a edição atual poderá trazer surpresas. Além de Unilever e Molico/Osasco, outros times carregam a responsabilidade de tentar figurar na grande final.
- O melhor desta edição é que não teremos uma polarização em cima de Unilever e Osasco, com alguns coadjuvantes. É claro que as duas equipes têm condições de serem finalistas novamente, mas Campinas montou um time capaz de brigar em igualdade de condições assim como Uberlândia, que tem uma equipe muito forte e vai chegar também entre as primeiras. E ainda tem o Sesi. Eu diria que essas cinco equipes partem um pouco na frente das outras. Brasília pode se inserir neste grupo, visto a qualidade e a experiência de suas jogadoras. A competição será de alto nível e com muitas surpresas - avaliou o comandante.
Nas últimas nove edições da Superliga Feminina, o time carioca e o rival paulista protagonizaram as decisões. A Unilever venceu seis, enquanto o time de Osasco levou a melhor em três.