Revoltada com repentinas mudanças no calendário do futebol mundial e com o excesso de datas reservadas aos jogos de seleções, a Associação de Clubes Europeus (ECA), reunida nesta terça-feira em Genebra, fez duras críticas à FIFA e ao modo de gestão atual do esporte.
- O tempo dos monopólios acabou. O futebol precisa de democracia e de transparência. Os membros da ECA querem estar significantemente envolvidos em todas as decisões que afetem o futebol dos clubes. O tempo para mudanças é agora - declarou Karl-Heinz Rummenigge, presidente da entidade e do Bayern de Munique.
A entidade reclama por não ter sido consultada quando, em outubro do ano passado, a FIFA resolveu incluir oito novas datas para amistosos internacionais entre 2011 e 2014, acentuando o desgaste dos atletas.
- De repente descobrimos que eles podem modificar o calendário a qualquer momento do ano. Nossos jogadores, após uma exaustiva temporada europeia, não têm descanso. Me diz se há algum treinador de clubes ou seleções que esteja feliz com os amistosos de amanhã? - questionou o diretor do Milan Umberto Gandini.
Em seu comunicado oficial, a ECA exige que seja estabelecido um limite de uma competição internacional por ano para cada jogador. Isto significa, por exemplo, que um atleta convocado para as Olimpiádas de Londres, não poderia ser chamado também para a Euro - já que ambas serão disputadas em 2012.
O presidente do Barcelona Sandro Rosell resumiu a atual relação entre os clubes europeus e a FIFA.
- Eu não diria que estamos em guerra, os clubes são pacientes. Mas nós temos limites.