Dia 28/10/2015
00:33
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Antes do início do treinamento da tarde no CT Rei Pelé, o segundo nesta quarta-feira, os jogadores se reuniram e vários deles alegaram cansaço. O grupo decidiu pedir o cancelamento da atividade da tarde. Mas após integrantes da comissão técnica consultarem Muricy por telefone, o pedido foi vetado e o treino – leve – mantido.

A situação ilustra bem o jeito sério e compromissado do treinador do Santos com o trabalho. Mesmo ausente por problemas de saúde, ele está presente no dia a dia do clube por intermédio de seu auxiliar: Mário Felipe Perez, o Tata.

– Temos conversado muito e trocamos ideias todos os dias. Ele diz como prefere, o que acha e tudo mais – explica Tata, ao LANCENET!.

Parceiros de longa data, mas de estilos antagônicos. Dito por diversas pessoas que estão no dia a dia do Santos ouvidas pelo LANCENET!.

Há uma unanimidade: todos consideram Muricy mais enérgico, cobrador e sério, enquanto Tata é do tipo brincalhão e tranquilo. Até por conta desta personalidade, os atletas se sentem mais à vontade para conversar com o auxiliar.

– O Tata em si é muito engraçado. Nas viagens ele está o tempo todo brincando com todos, mesmo com quem não é do grupo. Ele tem muita alegria no coração – relata Fabio Maradei, assessor do Peixe.

Esse estilo de Tata, porém, não o faz passar a mão na cabeça dos jogadores. Pelo contrário. Nas horas necessárias, cobra duro. E isso até assusta alguns (entenda abaixo).

Mesmo assim, ainda há quem sinta a falta de Muricy no dia a dia pela cobrança maior. Só a presença do “chefe” implica em mostrar mais serviço nos treinos.

Apesar das diferenças de Tata e Muricy no trato com os jogadores, o estilo dos treinos do auxiliar segue a mesma linha do treinador. Parceria que até hoje traz sucesso.

Tranquilo e brincalhão. Atletas ficam
mais à vontade para conversar.


Bastidores

Surpresa
Antes da partida contra o Botafogo, no último dia 19, os jogadores do Santos foram surpreendidos no momento da preleção: ao invés de Muricy, Tata estava posicionado para dar a preleção, o que foi visto como engraçado pelos atletas. Foi o primeiro jogo sem o treinador do Peixe.  

Você xingando?
Durante o empate contra o Flamengo, no último domingo, Tata cobrou dos atletas que saíssem de trás e soltou um palavrão. A bronca acompanhada de xingamento causou estranheza aos atletas, espantados com tal postura.

Equipe
Tata e Muricy conversam diariamente sobre o time. Muricy tem dado seus palpites. Durante os jogos, porém, eles não se falam, pois não usam rádio, e Tata tem autonomia para comandar.

Comida
Muricy adora a comida servida no CT. Quando chegou, ele elogiou o serviço que, para ele, é igual ao do São Paulo.

Bate-Bola com Mário Felipe Perez, o Tata, auxiliar técnico do Peixe, em entrevista ao LANCENET!

Já havia acontecido algo parecido, desde o início da parceria?
Sempre colaborei na direção dos times e, desde 99, nunca tinha acontecido isso.

Como está sendo?
Já fui treinador. Sei qual o pensamento dele e o que precisa ser feito. Estamos nos falando sempre. Já estou acostumado a dar os treinamentos.

Ele passa as orientações antes e durante as partidas?
Ele decide junto. Nos jogos, não. Não trabalhamos com rádio.

No que ele mais faz falta?
De todas as formas. Os jogadores também sentem. Ele é carismático, trabalhador e honesto.

Quais as diferenças e semelhanças entre vocês dois?
Temos uma leitura de jogo muito parecida. Cada um tem uma característica, talvez também posso ter sido assim (como Muricy) um dia, depois fiquei mais calmo.

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